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segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Com gols de Zé Roberto e Léo Moura, time carioca passa pelo Corinthians e assume a ponta graças à derrota do São Paulo para o Goiás


Marcos Ribolli/GLOBOESPORTE.COM

Jogadores comemoram perto da torcida o gol de Zé Roberto

Com gols de Zé Roberto e Léo Moura, time carioca passa pelo Corinthians e assume a ponta graças à derrota do São Paulo para o Goiás

Eduardo Peixoto e Leandro Canônico
Campinas, SP

A frustração da semana passada foi transformada em euforia, e agora o Flamengo está a uma vitória de conquistar, após 17 anos, o Campeonato Brasileiro. O caminho para o hexa ficou mais curto depois da vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, neste domingo, em Campinas, e da derrota do então líder São Paulo para o Goiás, em Goiânia. Com 64 pontos, a equipe rubro-negra chegou pela primeira vez à ponta da tabela e ainda confirmou a vaga na Libertadores de 2010.

O Flamengo, na verdade, nem precisou fazer muito para vencer um desmotivado Corinthians, que logo no primeiro tempo perdeu Edu e Ronaldo, machucados. Depois de marcar o primeiro gol com Zé Roberto, aos 26 minutos da etapa inicial, o time carioca apenas administrou o jogo e viu sua torcida fazer a festa com a derrota do São Paulo. A Fiel, por sua vez, era o reflexo do time: apática. Léo Moura fez o segundo, de pênalti, já nos acréscimos.

Nesse novo cenário do Brasileirão, o Maracanã tem tudo para ser o palco de uma grande festa rubro-negra no próximo domingo, quando o Fla recebe o Grêmio, pela última rodada da competição. Basta vencer para levar o título para a Gávea - os gaúchos já estão classificados para a Copa Sul-Americana e não têm mais chances de ir à Libertadores. No entanto, se tropeçar, o time carioca pode perder a taça para Inter, Palmeiras ou São Paulo - caso um destes vença seus jogos contra Santo André (Beira-Rio), Botafogo (Engenhão) e Sport (Morumbi), respectivamente.

Para o Corinthians, por outro lado, será o fim de uma temporada que valeu pelo primeiro semestre, quando a equipe conquistou o Paulistão e a Copa do Brasil. A ideia para o jogo contra o Atlético-MG, domingo, em Belo Horizonte, já é poupar a maioria dos atletas para o início do próximo ano. Após 37 jogos do Nacional, o Timão soma 49 pontos e figura na 10ª posição.

Ao final da partida, já nos acréscimos, uma cena lamentável. Um torcedor do Corinthians invadiu o gramado e partiu para cima do auxiliar Alessandro Alvaro Rocha Matos, com quem trocou socos e pontapés. A Polícia Militar o prendeu.

Emoção rubro-negra

Se para o Corinthians o jogo não valia nada, para o Flamengo valia muito. Não à toa, a equipe carioca partiu para cima logo de cara. Aos dois minutos, Léo Moura avançou com velocidade pela direita e cruzou para o meio da área. A defesa do Timão, porém, levou a melhor. Quem levou a pior foi Edu no lance seguinte, aos três minutos.

O volante corintiano se esticou para tirar uma bola e sentiu a virilha. Imediatamente, o técnico Mano Menezes mandou Moradei a campo. Sem tomar conhecimento dos problemas do adversário, o Flamengo quase chegou ao gol aos quatro. Petkovic bateu falta para área e Álvaro cabeceou na trave esquerda do goleiro Felipe.

A pressão rubro-negra aumentou no lance seguinte. Petkovic cobrou escanteio, e a bola sobrou para Willians, que chutou para fora. O domínio era todo do Flamengo, que aos 12 teve excelente chance com Bruno Mezenga. O garoto, de 21 anos, apareceu na cara do gol, depois de ganhar da zaga na corrida, e bateu para fora.

Aos 13, enfim, uma chance para o Corinthians. O argentino Escudero arriscou forte chute de fora da área, obrigando Bruno a espalmar. Dois minutos depois, em cobrança de falta, Ronaldo deu mais trabalho ao goleiro rubro-negro. A pequena pressão do Timão diminuiu o ímpeto flamenguista, mas o time carioca ainda era melhor.

Dez minutos mais tarde, o Alvinegro teve mais um problema. E dessa vez fenomenal. Ronaldo avançou com velocidade para área e na hora de disputar com Airton caiu na grande área, sentindo um estiramento na coxa. Souza entrou em seu lugar, e a torcida do Flamengo gritou o nome do Fenômeno.

A notícia que vinha do Serra Dourada, porém, não era tão boa para o Fla: gol do São Paulo. Mas o time não se abateu em campo. Pelo contrário. Aos 26, após ótimo passe de Toró, Zé Roberto ganhou na corrida da zaga e tocou entre as pernas de Felipe. Minutos depois, a notícia do gol de empate do Goiás explodiu novamente a massa rubro-negra.

Mais tarde, o time esmeraldino ainda viraria o jogo, para alegria dos flamenguistas. Do outro lado, a torcida do Corinthians estava quieta, um reflexo do que o time estava apresentando em campo. O jogo só “animou” para os alvinegros quando Evandro Rogério Roman fez um festival de cartões amarelos: Souza, Elias e Chicão.

Irritado, Mano Menezes reclamou muito à beira do campo e foi expulso. E antes que o primeiro tempo terminasse, Chicão quase empatou de falta, aos 47 minutos. Bruno fez excelente defesa.

É campeão?
As duas equipes voltaram para a segunda etapa sem alterações. Mas dessa vez quem tomou a atitude de ir para o ataque primeiro foi o Corinthians. Logo no primeiro minuto, Defederico recebeu perto da meia-lua, cortou um marcador e bateu de fora da área. A bola, porém, saiu fraca, e Bruno fez defesa tranquila.

O Corinthians aparentava estar mais organizado no início da etapa final, mas a boa marcação do Flamengo no meio campo impedia que Defederico e Elias conseguissem armar alguma boa jogada. Tanto que aos quatro minutos o Timão girou a bola de um lado para o outro e não encontrou espaço para tentar servir os atacantes.

A solução foi mandar a bola para área. A melhor chance do Timão, aliás, saiu de uma bola parada. Aos 10, Defederico bateu escanteio da esquerda, e Paulo André cabeceou para boa intervenção do goleiro rubro-negro.

Diferentemente do primeiro tempo, quando atacou quase o tempo todo, o Flamengo estava mais recuado no segundo. Mas o Corinthians também não dava muito trabalho. A equipe paulista voltou a ter uma chance apenas aos 21. Chicão cobrou falta, mas bateu fraco na bola e facilitou para Bruno.

O zagueiro corintiano, porém, seria expulso logo depois, aos 23, por falta em Fierro. A comemoração da torcida rubro-negra aumentaria ainda mais aos 24, quando chegou a notícia de que o Goiás marcara o terceiro gol em cima do São Paulo. A equipe tricolor até diminuiu em seguida, mas logo levou o quarto e despreocupou os flamenguistas.

Em campo, nem Flamengo, muito menos o Corinthians, pareciam dispostos a mudar o placar. Mas aos 45 minutos, Dodô e Léo Moura se embolaram na grande área alvinegra. O árbitro viu pênalti. Na cobrança, aos 48, Léo Moura fez o segundo. E a torcida do Fla explodiu aos gritos de “é campeão” no Brinco de Ouro.

CORINTHIANS 0 x 2 FLAMENGO
Felipe; Jucilei, Chicão, Paulo André e Escudero (Dodô); Edu (Moradei), Elias, Boquita e Defederico; Jorge Henrique e Ronaldo (Souza). Bruno; Léo Moura, Álvaro, Ronaldo Angelim e Juan; Aírton, Toró, Willians e Petkovic (Fierro); Zé Roberto (Kleberson) e Bruno Mezenga (Denis Marques).
Técnico: Mano Menezes. Técnico: Andrade.
Gols: Zé Roberto, aos 26 minutos do primeiro tempo; Léo Moura, aos 48 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos: Moradei, Souza, Chicão, Elias, Escudero, Paulo André, Felipe (C);Álvaro, Toró, Petkovic, Willians (F) Cartão vermelho: Chicão (C)
Público total: 25.775. Renda: R$ 723.800,00
Estádio: Brinco de Ouro, em Campinas (SP). Data: 29/11/2009. Árbitro: Evandro Rogério Roman (PR). Auxiliares: Alessandro Alvaro Rocha Matos (BA) e Altemir Hausmann (RS).

Fonte: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/Brasileirao/Serie_A/0,,MUL1396571-9827,00.html

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Joel Martins - um grande craque



Foto: Agência o Globo

Joel Antonio Martins ( Rio de Janeiro, 23 de Novembro de 1931 - 1 de Janeiro de 2003 ) foi um habilidoso ponta-direito que se tornou ídolo rubro-negro na década de 50.

Revelado pelo Botafogo, Joel se transferiu para o Flamengo á época meio á um turbilhão. O time de General Severiano acusava o Fla de aliciar o jogador e ameaçou romper relações com o Mais Querido do Brasil. Diante das ameeças, os rubro-negros resolveram depositar para o Botafogo quantia de Cr$100 mil.

Dentro de campo, o ponta-direita driblador, foi um dos destaques do grande time do Flamengo no decorrer da década de 50. Ao lado de Rubens, Índio, Zagallo e Evaristo, formou o famoso Rolo Compressor, um dos maiores ataques da história do Clube. Torcedor do Rubro-Negro desde pequeno, Joel sempre afirmou que jogar no Mais Querido do Brasil foi um sonho realizado.

Tricampeão do Campeonato Carioca, em 1953, 1954 e 1955, e campeão do Torneio Rio-São Paulo de 1961, Joel se destacava por seus cruzamentos em curva, sempre perfeitos, e de vez em quando, na direção do gol, surpreendendo não só os zagueiros como os goleiros. Foi com cruzamentos assim que o ponta deu passes para dois dos três gols do Fla na final do Campeonato Carioca de 1954, contra o América RJ.

A bela história de Joel no Flamengo rentabilizou 404 jogos com 244 vitórias, 74 empates e 86 derrotas, além de 115 importantes gols pela equipe da Gávea.

As boas atuações de Joel Martins, fizeram dele um dos jogadores convocados para a Seleção Brasileira de 1958, que disputara a Copa do Mundo da Suécia. O ex-atacante começou a Copa como titular, mas acabou perdendo a posição, de maneira inquestionável, para o gênio Garrincha. Entretanto, formou o scratch Campeão Mundial pela primeira vez.

Dados
Nome Completo: Joel Antonio Martins
Data de Nascimento: 23 de Novembro de 1931
Cidade: Rio de Janeiro (RJ)
Posição: Atacante
Número de Jogos: 404
Número de Gols: 115


Histórico
Anos Time
1950-1951 Botafogo
1951-1958 Flamengo
1958-1961 Valência ESP
1961-1963 Flamengo
1963-1964 Vitória BA
1957-1961 Seleção Brasileira de Futebol


Títulos
Pelo Flamengo
Campeonato Carioca: 1953, 1954 e 1955
Torneio Rio-São Paulo: 1961
Pela Seleção Brasileira
Copa do Mundo: 1958
Estatísticas
Ano Jogos Gols Marcados
1951 13 3
1952 44 16
1953 46 14
1954 47 14
1955 34 9
1956 49 23
1957 32 12
1958 26 7
1961 49 3
1962 61 14
1963 3 0
Total 404 115

Fonte: http://www.flamengo.com.br/flapedia/Joel_Antonio_Martins

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O fator Andrade


Andrade é um predestinado. Aquele time campeão do planeta de 1981 tinha vários craques que davam pinta de que seriam técnicos. Falavam muito em campo, lideravam com naturalidade e, pela bola que jogavam, mostravam claramente que entendiam muito aquele jogo. E muitos daqueles craques efetivamente se tornaram treinadores. Como Mozer, Junior, Carpegiani, Adílio, Tita, Zico e o improvável Andrade.

Improvável sim, porque de todos aqueles craques que superpovoavam o nosso esquadrão, Andrade, o Tromba, sempre foi o mais caladão. Era o que menos aparecia e apostar em seu sucesso em uma futura carreira de treinador era uma aposta bem amalucada. E ninguém se importava com isso, naquela época Andrade não precisava falar nada, pois já dizia tudo com os pés.

Depois da sua temporada no ULA Mérida da Venezuela, para onde fora emprestado por duas temporadas ainda moleque, Andrade voltou à Gávea no fim de 78 e não demorou para que Cláudio Coutinho inventasse um lugar para aquele centro-médio (era como se chamava a posição antanho) de extrema habilidade. Jogando naquela máquina Andrade era um monstro entre os monstros. Com o Manto numero 6, postando-se à frente da zaga, Andrade conquistou tudo que havia para ser conquistado. Foi campeão Carioca, Brasileiro, Continental e Mundial. E sempre jogando muito.

São tantos os seus grandes momentos que fica até chato relacioná-los. Para simbolizar sua predestinação basta dizer que Andrade foi o protagonista de um dos mais belos de decisivos solos daquela orquestra rubro-negra que entrou para a história. É dele a porrada que estufa as redes de Paulo Sérgio, aos 42 do segundo tempo no Flamengo 6 x 0 Botafogo da vingança em 1981, um momento antológico do futebol brasileiro.

Depois de alguns anos meio sumido Andrade reaparece na Gávea como auxiliar técnico. Seu nome só aparecia no jornal quando o treinador era demitido ou pedia pra sair. Aí quem ia segurar o rabo de foguete era o interino Andrade. Com a chegada de um novo treinador voltava o Andrade à sombra e a vida continuava.

Esse ano foi diferente, quando Cuca foi limado e Andrade assumiu a interinidade pela milésima vez o roteiro não se repetiu. Andrade segurou a onda do então instável grupo de jogadores, ajudou a quebrar tabus e começou a colocar o time pra jogar ao seu estilo. Com categoria e cabeça fria, mas com muita raça e inteligência. Andrade soube trazer o elenco para o seu lado e operou em alguns molambos já condenados pela torcida verdadeiros milagres da reabilitação. Os resultados não demoraram a aparecer.

Segundo os especialistas que reduzem tudo às notas Andrade é hoje o técnico com melhor média de desempenho de todo o Campeonato Brasileiro. O time que ele montou tem muito da eficiência com que ele se notabilizou quando jogava. É um time frio, mas raçudo. Agressivo, mas muito bem postado na defesa. E, contrariando até mesmo suas características mais tradicionais, o Flamengo de Andrade é um time ameaçadoramente discreto. Um time que aprendeu a chegar sem alarde pra tocar o terror.

Andrade é hoje, indiscutivelmente, um dos grandes treinadores do país. Diferentemente dos técnicos da modinha Andrade é avesso à palhaçadinhas em entrevistas coletivas. Fala sempre reto e sem presepada. Inimigo numero 1 da fanfarronice e do oba-oba, Andrade tem trabalhado magistralmente para manter o Mengão no sapatinho máximo que nos catapultou da 14ª para 2ª posição na tabela. Mérito dele, que conhece o ambiente da Gávea como poucos e sabe que como combater vermes e bactérias nocivas sempre com a vacina certa.

Adriano é decisivo, Pet faz a diferença, Bruno, Álvaro e Maldonado tão jogando bagarai. Saudemos a esses guerreiros, eles realmente merecem nossos aplausos. Mas não se iluda. Esse Flamengo que estamos vendo passar o rodo na arcoirizada sem titulo é o Flamengo do Andrade. Esse time já tem a sua marca, a sua assinatura. Agora só falta o título para coroar esse belíssimo trabalho.

Vamos pra cima deles, Mengão!

Ilustração: Fabio Lopez

Fonte: http://colunas.globoesporte.com/arthurmuhlenberg

Comandante Andrade pilota o voo para o hexa

POR JANIR JÚNIOR, RIO DE JANEIRO

Rio - O comandante do Flamengo passou por turbulências, mas agora voa tranquilo e nem o céu parece ser o limite. Vice-líder do o Brasileiro apenas dois pontos atrás do São Paulo, Andrade fez um time desacreditado entrar na briga pelo hexa. Com tudo azul no horizonte rubro-negro, o técnico alerta que o time tem que fugir do oba-oba. No plano de voo, os tripulantes fizeram um pacto: querem dar o título para o treinador entrar de vez na história: como jogador, Andrade foi cinco vezes campeão brasileiro e, assim como sua equipe, pode ser hexa.

"Agora, não estou balançando não, né?!. Se eu assumir, o avião não vai cair", brincou Andrade, fazendo trocadilho com sua estabilidade no cargo e também sobre o avião que trouxe o Flamengo de volta ao Rio e pousou nas primeiras horas de ontem. Durante o voo, o treinador assumiu por alguns instantes o comando da aeronave. Depois, ele falou sério: "Somos o time a ser batido. Teremos três jogos que decidirão nossas vidas. Desde a última conquista de Brasileiro, em 92, não ficávamos com tantas chances de ser campeão. Temos que fugir do oba-oba que farão em cima da gente, mas é de fora para dentro. Estamos comemorando apenas essa vitória, não tem euforia".

Todo o grupo fechou, como se diz no vocabulário do futebol, com Andrade. "Ele é um cara impressionante, sabe lidar com o jogador, é muito tranquilo. Queremos esse título para dedicar a ele", afirmou Bruno. "Chegamos aqui por causa do Andrade, que é humilde e tem o grupo nas mãos", completou Adriano. Petkovic, que era relegado por Cuca, virou titular absoluto desde que Andrade assumiu a equipe.

Auxiliar-técnico, Marcelo Salles, que trabalha com Andrade há sete anos, resume o perfil do treinador. "O Andrade é fora de série. Se tivesse que dar uma nota para ele, seria um trilhão", afirma Marcelo, que relembra o exato momento em que a comissão técnica ganhou o voto de confiança que precisava: "Ele ainda era considerado interino e vários nomes de técnicos foram especulados. O Marcos Braz (vice-presidente de futebol) disse: vocês é que vão com a gente até o fim. Isso deu moral".

O ex-jogador Júnior, que foi diretor técnico do Flamengo em 2004, quando Andrade assumiu como interino diversas vezes, acredita que chegou o momento de Andrade. "Em 2004, ele ainda não estava preparado. Agora, ele já pode ser considerado um autêntico treinador. O Andrade é de um caráter impressionante e merece o sucesso que está tendo", declarou Júnior.

Quando viveu momento complicado no comando do time, Andrade foi questionado e até o fato de treinar apenas na parte da tarde, com raros treinos pela manhã ou em tempo integral, foi colocado em questão. "Eu sei o que é melhor para o jogador. Ainda mais que estamos na reta final da competição, não tenho motivo para forçar a equipe mais do que o necessário", explicou Andrade.

O técnico impressiona pela serenidade e tranquilidade. Com os jogadores, têm um discurso franco. "Estamos no caminho certo", afirma Andrade. O caminho que um dia foi turbulento, sujeito à chuvas trovoadas, agora está azul. Andrade está pronto para dar seu voo mais alto.

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/ataque/flamengo/html/2009/11/comandante_andrade_pilota_o_voo_para_o_hexa_46508.html

A Fundação - o surgimento de uma nação


A história do Flamengo é de muito tempo antes. Estamos falando de um clube que desde a sua existência escreveu sua história em três diferentes séculos, um clube que nasceu apenas seis anos após a proclamação da república. Contar a história do Flamengo é, sem dúvida, contar um pouco da história do país, afinal como bem definiu o escritor Ruy Castro em “Flamengo, o vermelho e o negro”, podemos dizer em relação ao Flamengo que “O Rio foi seu berço, mas sua casa é o Brasil”. Mal sabiam aqueles que um dia sonharam a criação de um grupo de regatas, o alcance desse amor pelo esporte.

A cidade do Rio de Janeiro em 1895 vivia um momento de grandes transformações sociais e políticas. Era ainda o despertar da república, proclamada em 15 de novembro de 1889 após o golpe dos militares liderados pelo Marechal Deodoro da Fonseca, na antiga praça da Aclamação (hoje Praça da República). Uma cidade grande, o centro urbano de maior referência para o país naquele momento, onde havia pessoas das mais diferentes classes sociais, os mais diferentes gostos culturais que direcionavam já àquela época os costumes da sociedade. Era um Rio de Janeiro de belezas naturais incontestáveis como as praias do Flamengo e de Botafogo, mas que ainda não havia feito de Copacabana, Leblon e Ipanema locais com a mínima importância, afinal não passavam de longícuas e inacessíveis regiões da cidade, até aquele momento.

A natureza esportiva do carioca não é de hoje. Desde muito tempo esse povo é inclinado à prática de atividades físicas e o esporte daquele momento era o remo. Nada mais atrativo à população do que assistir a um domingo de regatas, era o grande programa de um belo fim de semana. Claro que isso conferia aos atletas praticantes do remo um status acima da média. E por conseqüência as moças de então tinham seus olhos voltados para os remadores, quase sempre fortes e bronzeados pelo sol.

E percebendo isso foi que alguns amigos, moradores da praia do Flamengo – a mais antiga praia da cidade do Rio de Janeiro – decidiu pela criação de um grupo de regatas do Flamengo. E porque não## Afinal não suportavam mais a presença dos remadores dos clubes já existentes até então, principalmente os rapazes de Botafogo, conquistando o coração das garotas do bairro.

Em setembro de 1895, reunidos no famoso restaurante Lamas no Largo do Machado – como de costume – José Agostinho Pereira da Cunha convidou os demais amigos para a efetiva criação do grupo, sendo prontamente atendido por Mario Spíndola, Augusto da Silveira Lopes e Nestor de Barros.

O novo grupo tinha agora seu primeiro desafio: Como conseguir um barco## Decidiram então juntar dinheiro – 400 mil réis - e investiram em uma antiga baleeira de cinco remos, que estava há algum tempo parada em uma casa da praia do Flamengo. O segundo passo seria providenciar uma reforma completa da embarcação, que já era de segunda ou terceira mão. A levaram de bonde até a antiga praia de Maria Angu, atual praia de Ramos, para que um armador local, ao preço de 250 mil réis, a pudesse recuperar.

Eis que em 06 de outubro, a embarcação batizada pelo grupo por “Pherusa” foi lançada ao mar com Nestor de Barros, Mario Espínola, José Felix da Cunha, Felisberto Laport, José Agostinho Pereira, Napoleão de Oliveira, Maurício Rodrigues Pereira e Joaquim Leovegildo dos Santos Bahia. Partiram da Ponta do Caju, durante a tarde, com destino à praia do Flamengo. Pouco tempo depois de iniciada a aventura, o tempo começou a virar e o forte vento provocou o naufrágio da embarcação. Todos se agarraram como puderam ao casco, lutando contra a morte. Joaquim Bahia, exímio nadador, decidiu lançar-se ao mar em busca de ajuda, sua intenção era alcançar a praia e providenciar socorro para os demais. Algum tempo depois, já com o tempo melhor, os jovens são resgatados por uma lancha, Leal, que levava passageiros que estavam na Igreja da Penha. A Pherusa foi rebocada até o cais Pharoux, na Praça XV e todos tinham uma única preocupação até aquele momento: A vida do amigo Joaquim Bahia. No entanto, Bahia consegue chegar à praia, na Ilha de Bom Jesus e comunica o ocorrido ao delegado da 18ª circunscrição. Todo o acontecimento com os integrantes da baleeira e de seu valente tripulante foi registrado no jornal do Commercio do dia seguinte. O clube já nascia sob uma áurea de heroísmo e superação.

Persistentes, os jovens se cotizaram para que a baleeira fosse novamente consertada. Porém, antes que isso ocorresse, ela foi roubada. Poderia sem motivo o bastante para que muitos desisitissem do objetivo de formar o grupo, mas não para aqueles rapazes: Todos mais uma vez se reuniram e juntaram recursos para uma nova aquisição, chamada Etoile, a qual rebatizaram com o nome de Scyra. Para concretizar de vez o sonho, marcaram para a casa de Nestor de Barros, na Praia do Flamengo número 22, no dia 17 de novembro, a reunião para a fundação do Grupo. Participaram da reunião: José Agostinho Pereira da Cunha, Mario Espínola, Napoleão Coelho de Oliveira, José Maria Leitão da Cunha, Eduardo Sardinha, Carlos Sardinha, Desidério Guimarães, Maurício Rodrigues Pereira, George Leuzinger, Augusto Lopes da Silveira, José Augusto Chauréu e João de Almeida Lustosa, que elegeram Domingos Marques de Azevedo como Presidente, Francisco Lucci Colás como Vice-Presidente, Nestor de Barros como Secretário e Felisberto Cardoso Laport como Tesoureiro. Decidiram também que a data oficial da fundação seria 15 de novembro, devido ao feriado da Proclamação da República. As cores escolhidas foram o azul e o ouro, em listras horizontais. Posteriormente, em 1896, as cores mudaram devido a dificuldade de achar os tecidos, que vinham da Inglaterra, além de a salinidade e o sol desbotarem as cores. Assim, o uniforme foi do clube passou a ser uma camiseta em listras horizontais em vermelho e preto, com o escudo no lado esquerdo, além de bermudas pretas e um cinto branco. A sede do Flamengo ficou sendo o endereço de Nestor de Barros, posteriormente conhecida como República da Paz e do Amor, onde os barcos seriam guardados. O interessante é que o primeiro presidente do Flamengo, Domingos Marques de Azevedo, não fazia parte do grupo de rapazes que idealizaram o clube. Ele era um Guarda-Marinha que por acaso passava pelo local e observando a movimentação foi ver do que se tratava e acabou abraçando a idéia.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/conteudo/conteudo.php?id=17

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Parabéns, Flamengo.



São 114 anos de Flamengo, meus amigos. Pouco tempo, se considerarmos a idade da Terra. Uma eternidade pelo calendário da emoção. Seja qual for o parâmetro, para mim o Flamengo será sempre moleque. Aquele menino levado capaz de fazer aflorar o que nós temos de melhor.

O Flamengo é o meu mestre, que me ensinou quase tudo sobre honra, responsabilidade e dedicação. O Flamengo é também o meu norte, o ponto cardeal que me orienta e reconforta, por saber que ele sempre estará ali, pairando acima de tudo. E o Flamengo é também a minha Meca, pois é em sua direção que me inclino e dirijo meus mais elevados pensamentos n vezes ao dia.

Me desculpem pelo texto bocó. Mas nesses 114 anos do nosso amado Flamengo me faltam as palavras. Eu nem me importo, pois sobre o Mengão tudo já foi dito. E muito ainda haverá a se dizer.

Hoje, só hoje, eu só quero falar obrigado. Para o clube, para o time e para a torcida da qual me orgulho de fazer parte. Muitas felicidades e muitos anos de vida. Que venham muitos e muitos mais. Tão bons ou melhores que esses primeiros 114 anos.

Um presente de aniversário mais que perfeito seria a vitória de hoje sobre o Náutico. O único resultado que nos interessa. Tá nas mãos, nos pés e na consciência dos nossos guerreiros. Eu tenho fé. E você? Vamos Flamengo, vamos ser campeão…

Fonte: http://colunas.globoesporte.com/arthurmuhlenberg

No aniversário do Fla e da República, Imperador Adriano reina nos Aflitos


Adriano foi o destaque de Náutico x Flamengo

No aniversário do Fla e da República, Imperador Adriano reina nos Aflitos

Atacante se destaca na vitória do Flamengo, que chega ao 2º lugar. Náutico fica ainda mais ameaçado de rebaixamento

O Flamengo chegou. E nem adianta o técnico Andrade evitar falar em título do Campeonato Brasileiro. Se o assunto ainda é tratado com discrição por todos no Rubro-Negro, vai ter que mudar. Neste domingo, no estádio dos Aflitos, o time derrotou o Náutico por 2 a 0, pela 35ª rodada, chegou a 60 pontos e está a dois do líder, o São Paulo. A vice-liderança conquistada fora de casa se deve muito a Adriano. No dia do aniversário da Proclamação da República, o Imperador reinou em campo, comandou a equipe com autoridade e foi mais uma vez decisivo, marcando o segundo gol e assumindo a artilharia isolada, com 19 tentos . Tudo isso em um dia para lá de especial para o clube. Neste 15 de novembro, o Fla completa 114 anos de história.

Reforçando o poder de chegada, o Fla assumiu a liderança do returno. São 33 pontos e dez vitórias em 16 partidas, números idênticos aos do Cruzeiro. No entanto, os cariocas têm saldo de gols melhor: 12 a 10. Ao Alvirrubro, a dose de preocupação alcançou o limite. O time de Geninho continua em penúltimo, com 35 pontos, a seis do primeiro time fora do Z-4 (o Botafogo).

Na 36ª rodada, o Timbu enfrenta o Corinthians, em São Paulo, sábado, às 19h30m. No dia seguinte, o Fla recebe o Goiás, no Maracanã, no mesmo horário.

Adriano inferniza o Timbu

Um grupo fechado e comprometido na busca pelo título. A imagem dos jogadores do Flamengo reunidos no gramado antes do jogo foi de provocar frio na espinha do torcedor do Náutico. Afinal, qual seria o plano rubro-negro no Recife? A esforçada dupla de ataque do Timbu não quis dar muito tempo ao rival. Aos 46 segundos, Carlinhos Bala recebeu na área com liberdade, mas o chute foi abafado por Bruno. Aos nove, o goleiro também levou um susto do xará Bruno Mineiro, que arriscou de fora da área.

No Fla, Petkovic andava sumido, discreto mesmo. Adriano, não. O Imperador queria jogo, orientou o improvisado Ronaldo Angelim na lateral esquerda, alternou trombadas com os zagueiros Asprilla e Cláudio Luiz o tempo todo, chutou de longe, tabelou e pediu bola. Quando recebeu na área, aos 16, foi difícil “domar” o cruzamento de Willians. O domínio indicava a famosa bomba de canhota para o gol, mas ele surpreendeu e rolou para trás. Gledson não conseguiu segurar o chute de esquerda de Léo Moura, e Pet, de plantão na pequena área, chegou rasgando com pé, canela e joelho para abrir o placar. Oitavo gol do sérvio no Brasileirão.

Na tentativa de empatar o jogo, Bala se posicionou bem na área adversária, não foi acompanhado de perto por David e quase empatou, aos 20. O Timbu chegou a marcar, seis minutos depois, mas a arbitragem anulou. Michel chutou de fora da área, Bruno praticou um milagre com os pés e deu rebote, que Cláudio Luiz aproveitou. O zagueiro de quase dois metros estava impedido. Apesar da marcação correta do auxiliar Alessandro Álvaro Rocha de Matos, o árbitro Sandro Meira Ricci ficou indeciso, conversou com o auxiliar, com outro bandeirinha e até com o quarto árbitro. Após quase cinco minutos, a anulação foi confirmada.

Adriano continuava infernal. Em nova investida pela esquerda, fez Gledson trabalhar. Objetivo, o Rubro-Negro conseguiu o segundo gol antes do intervalo. Jogada bem trabalhada, toque de pé em pé e bola na rede. Aos 46, Léo Moura encontrou Zé Roberto na ponta direita completamente livre. O cruzamento rasteiro superou as imperfeições do gramado dos Aflitos e encontrou Adriano sozinho na pequena área. Um toque, e o 19º gol do artilheiro do Brasileirão: 2 a 0.

Timbu busca milagre, e Fla contra-ataca

Se o desespero tem cor, tinha duas nos Aflitos: o vermelho e o branco. Muito perto do abismo para a Série B, o Náutico reuniu as forças que lhe restavam para tentar reagir na partida. O início até que foi promissor. Aos três, Irênio chutou da entrada da área, mas Bruno espalmou bonito. Só que não bastava pensar no ataque. Um minuto depois, Léo Moura recebeu na primeira trave, girou o corpo e bateu forte. Gledson defendeu.

Adriano continuava bem, ainda mais com a situação confortável da equipe. Nos contra-ataques, as melhores chances. Uma foi inacreditavelmente desperdiçada por Zé Roberto. Aos 14 minutos, ele achou o Imperador livre na direita. O pique até chegar na cara de Gledson foi de tirar o fôlego e, assim como no primeiro gol, o centroavante surpreendeu. Quem esperava o chute viu um belo passe para o próprio Zé Roberto, quase na pequena área. Na cara do gol, sem goleiro, o meia acertou a bola com o tornozelo esquerdo e isolou.

Geninho fez que o podia. Colocou os atacantes Anderson Lessa e Tuta, conseguiu pressionar e até chegou perto do gol. Juliano, aos 27, bateu de fora da área e fez Bruno se esticar para defender com a mão esquerda. Quando a bola entrou, aos 40, Anderson Lessa estava impedido ao cabecear.

Em estado de graça, Adriano por pouco não fechou o show em grande estilo. Depois de uma deixadinha espetacular no meio-campo, ele partiu para a área e esperou o cruzamento de Léo Moura. O chute de primeira, cheio de categoria, passou pertinho, mas foi pela linha de fundo. No dia dos 120 anos da Proclamação da República, o Imperador brilhou mais uma vez.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Futebol/0,,CCF30670-9825,00.html

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O sucessor de Carlinhos

A matéria anterior feita por Eduardo Peixoto do site www.globoesporte.com mostrou claramente que a excelente campanha no Flamengo no segundo turno do Brasileirão não foi obra do acaso. As contratações de Álvaro, Maldonado e de Petkovic evidenciaram a sua oportuna opinião. Somada a isso, a efetivação de Andrade (o sucessor de Carlinhos) comprovou o conhecimento apurado do "Tromba", como era conhecido carinhosamente na época de jogador do clube. A melhora do time foi substancial. A defesa ficou mais sólida, o meio campo mais criativo e o ataque mais produtivo e eficiente. Dá gosto ver o Flamengo jogar. Espero que toda essa equipe seja mantida para o próximo ano, onde provavelmente o sucesso nas últimas três temporadas será mantido, pois nunca é demais lembrar que desde 2007 o Flamengo mantém as melhores colocações dos pontos corridos. Sendo assim, o título brasileiro será questão de tempo. Então:
Viva o Flamengo, Avante Flamengo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Contratações certeiras ajudam Flamengo a evoluir no Campeonato Brasileiro



Pet, Álvaro e Maldonado ajudaram o Flamengo a subir no Brasileiro.

Pet, Maldonado e Álvaro chegaram sem euforia, mas trouxeram experiência necessária para o Rubro-Negro chegar à luta pelo título do torneio

Eduardo Peixoto
Rio de Janeiro

Dentre os múltiplos clichês do futebol, o termo "contratação cirúrgica" é o que mais se encaixa com o segundo semestre do Flamengo. A diretoria encontrou em Petkovic, Maldonado e Álvaro a experiência necessária para a reabilitação da equipe no Campeonato Brasileiro. Desde que o trio ganhou vaga na equipe, o Rubro-Negro pulou da 14ª para a terceira posição, a dois pontos do líder São Paulo (59 a 57).

A chegada mais polêmica foi a de Pet. Em maio, o jogador acertou a redução de uma dívida milionária e se apresentou. Porém, não tinha o apoio nem do departamento de futebol, comandado à época por Kleber Leite, e tampouco do treinador Cuca.

Embora tenha se destacado em diversos treinos, o sérvio foi jogado a escanteio e nas palavras do antigo treinador estava "no fim de fila". Tudo mudou quando Andrade foi efetivado. Depois de entrar bem nos jogos contra Náutico e Goiás, Pet ganhou a vaga de titular na partida contra o Corinthians e só ficou fora de quatro jogos desde então. Todos por lesão muscular. Nas 14 vezes em que foi titular o Flamengo não perdeu.

- Quando o Delair (Dumbrosck) fez o acordo com o Pet, me consultou e também apostei nele. Achei que ele ajudaria o Flamengo por 45 minutos. Mas tivemos a grata surpresa e ele tornou-se fundamental por 90 minutos - disse o vice-presidente de futebol Marcos Braz, que na época era diretor de esportes olímpicos.Conselho de Léo Moura
As outras duas apostas certeiras do Rubro-Negro foram Álvaro e Maldonado. O zagueiro, de 31 anos, rescindiu contrato com o Inter e encontrou na Gávea a motivação necessária para transformar-se em um dos líderes da equipe.

O nome de Maldonado surgiu por acaso. Durante uma reunião para renovar o contrato de Willians, um dos empresários do volante comentou que tinha o contato do chileno. Marcos Braz , no entanto, foi desaconselhado a tentar trazê-lo.

- Falaram que não conseguiríamos porque havia cinco clubes europeus interessados. Mas o Maldonado entendeu que o Flamengo seria o caminho mais curto para retornar à seleção chilena. E ainda contamos com a colaboração do Léo Moura. Eles se falaram e houve o poder de convencimento do nosso lateral - revelou Braz.

Por causa do sucesso na Gávea, Maldonado desfalca o Flamengo contra o Náutico, domingo. Após 18 meses de ausência, ele foi convocado pelo técnico Marcelo Bielsa para defender o Chile em dois amistosos na Europa.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Flamengo/0,,MUL1373355-9865,00.html

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Em 30 dias, Fla tira vantagem dos rivais e luta pelo título, mas São Paulo é líder


Petkovic comemora gol olímpico marcado no Mineirão

Assistindo ontem a ESPN Brasil vi o excelente comentarista Mauro Cezar Pereira relatar uma matéria que ele tinha postado no seu blog. Achei muito boa e por isso resolvi postá-la. Ei-la a seguir.

Primeiro vamos deixar algo bem claro. O blogueiro não acreditava (mesmo!) que Petkovic pudesse ser tão útil ao Flamengo, embora não tenha considerado seu retorno absurdo, já que o acordo para a volta do sérvio retirou uma ação trabalhista que abocanhava as rendas do clube.

E também não levava fé em Andrade, que teve outras chances à frente do time, sem destaque. É evidente que minhas avaliações estavam redondamente erradas. Ainda bem. Graças aos dois, entre outros, temos mais um grande time brigando pelo título e tornando o campeonato ainda mais legal.

Nos últimos seis jogos o Palmeiras ganhou quatro pontos em 18 possíveis. Já o Flamengo, assim como o Cruzeiro, faturou 15 no mesmo período, ou seja, a diferença entre alviverdes e rubro-negros, que era de 12 pontos agora é de um. Já o São Paulo, ganhou 10 pontos nas seis rodadas mais recentes, ou seja, tinha sete à frente do Flamengo, agora são apenas dois.

O Atlético, por sua vez, ganhou nove pontos em 18 possíveis. Tinha cinco à frente dos rubro-negros, hoje está um atrás. Tudo isso aconteceu num intervalo de 30 dias. Além disso, hoje o clube carioca tem o mesmo número de vitórias de são-paulinos e palmeirenses, com isso, uma vitória flamenguista combinada com simples empates dos dois paulistas leva a equipe de Petkovic e Adriano à liderança. O Galo não está morto e o Cruzeiro ainda luta. Em quem você aposta?

A pontuação há seis rodadas e agora:
Palmeiras 54 - 58
São Paulo 49 - 59
Internacional 47 - 53
Atlético-MG 47 - 56
Goiás 45 - 47
Flamengo 42 - 57
Grêmio 41 - 48
Vitória 40 - 44
Cruzeiro 39 - 54
Avaí 39 - 50
Santos 39 - 45
Corinthians 39 - 49
Barueri 37 - 45
Atlético-PR 35 - 43
Coritiba 34 - 41
Botafogo 31 - 41
Santo André 29 - 35
Náutico 26 - 35
Sport 24 - 30
Fluminense 22 - 36

A classificação apenas nas seis últimas rodadas:
Cruzeiro 15
Flamengo 15
Fluminense 14
Avaí 11
Botafogo 10
Corinthians 10
São Paulo 10
Atlético-MG 9
Náutico 9
Atlético-PR 8
Barueri 8
Coritiba 7
Grêmio 7
Internacional 6
Santo André 6
Santos 6
Sport 6
Palmeiras 4
Vitória 4
Goiás 2

Fonte: http://espnbrasil.terra.com.br/maurocezarpereira/post/85563_EM+30+DIAS+FLA+TIRA+VANTAGEM+DOS+RIVAIS+E+LUTA+PELO+TITULO+MAS+SAO+PAULO+E+LIDER

Em 'revival' de emoção dos anos 80, Fla bate o Galo por 3 a 1 e pula para 3º lugar


Adriano faz o gol que decide a partida para o Fla e o deixa na artilharia ao lado de Tardelli - Agência/VIPCOMM

Petkovic faz gol olímpico, Maldonado marca o primeiro com camisa rubro-negra e Adriano decide no fim. Atlético cai para 4º na tabela

GLOBOESPORTE.COM Belo Horizonte

Pode ter faltado a técnica mais refinada dos tempos de Zico e Reinaldo. Mas a partida deste domingo apresentou outros ingredientes de um revival dos anos 80 - com o adicional de um gol olímpico. Atlético-MG e Flamengo repetiram a forte tensão da bela rivalidade e, sobretudo, a emoção. E diante de um Mineirão lotado, mas não na totalidade dos 64.800 ingressos vendidos - pouco mais de 1.000 ficaram nas mãos dos cambistas -, a equipe rubro-negra, mais consistente e com os principais jogadores aparecendo nos momentos decisivos, obteve vitória importante na luta pelo título brasileiro e/ou vaga na Libertadores.

O triunfo por 3 a 1 - gols de Petkovic, Maldonado e Adriano, com Ricardinho marcando o do time mineiro -, conquistado com justiça, fez o time ultrapassar o Galo na tabela. Agora com 57 pontos, está em terceiro lugar. A equipe mineira, com a derrota, cai para a quarta posição, com 56, mas continua na briga. O resultado deixa os rubro-negros a dois pontos do líder do Campeonato Brasileiro, o São Paulo - que na quarta-feira empatou com o Grêmio, no Olímpico -, e a um do vice-líder, o Palmeiras, que foi derrotado neste domingo pelo Fluminense por 1 a 0, no Maracanã.

Em outro duelo, só que particular, Adriano levou a melhor sobre Diego Tardelli. Apesar de o atacante atleticano ter participado mais da partida, o rubro-negro apareceu na hora certa para decidir. O Flamengo vencia por 2 a 1 quando o Galo ainda buscava o empate. Mas aos 36 minutos do segundo tempo, a estrela do Imperador brilhou. Marcou o gol de cabeça que garantiu a vitória e o empate na tabela dos artilheiros do Brasileirão, ao lado justamente do jogador da equipe mineira.

Curiosamente, o placar deste domingo repetiu o do confronto das equipes no primeiro turno, no Maracanã. Na próxima rodada, o Flamengo joga novamente fora de casa. Domingo, terá pela frente o Náutico, no estádio dos Aflitos. O Galo sairá de Minas no sábado para encarar o Coritiba, no Couto Pereira.

Gol olímpico esfria pressão

Foi um primeiro tempo em que, se faltaram muitas chances de gol, sobraram tensão e emoção, como os grandes jogos decisivos. O Galo começou a partida como esperava a sua torcida: pressionando o Flamengo em seu próprio campo. E com Diego Tardelli com apetite de gol: logo aos dois minutos, ele bateu pela meia-esquerda, só que fraco, para a defesa de Bruno. O camisa 9 atleticano se deslocava pela esquerda, pela direita, procurando as jogadas individuais. Fazia a alegria da massa atleticana.

Do lado rubro-negro, a ordem era cadenciar o jogo e buscar os contra-ataques. A peça-chave nesse esquema era Petkovic. E foi o camisa 43 quem iniciou a boa jogada que resultou no gol do Flamengo. Ele lançou Zé Roberto pela esquerda. O atacante ganhou na velocidade e bateu para Carini mandar a escanteio pela esquerda. Onde o sérvio mais gosta de bater. Não deu outra. Aos nove minutos, ele cobrou cirurgicamente, no primeiro pau, entre Thiago Feltri e Carini, marcando o seu segundo gol olímpico neste Campeonato Brasileiro.

O gol de Pet, o 50º com a camisa do clube carioca, esfriou o ímpeto do Atlético, que sentiu o baque. E deu ao Flamengo a chance de respirar. Mas não muito. Apesar de perseguido de perto ora por Aírton (na maioria das vezes), ora por Maldonado, Ricardinho conseguiu iniciar uma boa jogada de perigo para o Galo. Aos 15 minutos, ele tocou pela direita para Carlos Alberto, que foi à linha de fundo e centrou para Éder Luís bater, mas . Bruno, seguro, defendeu.

Dificuldades

O grande problema do Galo é que Ricardinho ficava praticamente só na armação das jogadas. Correa, que se movimentava bem, tentava, mas não tinha a mesma precisão nos lançamentos. Com o meio da área congestionado pela boa marcação do Fla, o jeito era buscar as duas laterais.

Se Ricardinho estava só na armação do Galo, do lado rubro-negro era Adriano quem parecia mais isolado com o esquema de contra-ataques. Bem marcado, o camisa 10 teve poucas chances de aparecer. Como aos 17 minutos, numa tabela iniciada por Petkovic que o Imperador concluiu de cabeça, para fora. Lance que pareceu ser o último do sérvio ainda em forma: a alegria pelo gol transformou-se logo em drama. Durante toda a primeira etapa, o jogador de 37 anos pôs várias vezes a mão na parte posterior da coxa e passou a poupar-se.

Com muitos erros de passes dos dois lados, eram poucas as chances de gol numa partida cada vez mais tensa. O Fla seguia cadenciando o jogo e buscando o toque de bola, e quando partia para o contra-ataque, explorava a velocidade de Zé Roberto pela esquerda. Do lado direito, o time esbarrava no seu maior roubador de bolas. Willians as pegava, mas as devolvia para o adversário. Mesmo assim, o Rubro-Negro mostrava mais técnica e consistência tática do que o adversário.

Maldonado amplia para o Fla

O tempo passava. A torcida do Galo já não estava mais calada. E aos 30 minutos, por pouco comemorou o empate. Em bola roubada no meio-campo, Correa lançou Tardelli. Bruno saiu e bicou para frente, mas a bola chegou aos pés de Éder Luís, que no entantou não aproveitou a chance e encobriu mal o goleiro, batendo para fora.

Para piorar a situação dos mineiros, aos 39 minutos, Maldonado roubou uma bola no meio-campo, foi à frente e, em jogada individual, cortou Werley e bateu no cantinho, à direita de Carini, sem defesa: 2 a 0 Flamengo. Foi o primeiro gol do chileno no clube. E a torcida rubro-negra, que já cantava após o primeiro gol, fez um carnaval no Mineirão.

Já a torcida do Galo perdeu a paciência no último lance de gol no primeiro tempo. Em falha de Ronaldo Angelim pelo lado esquerdo, Éder Luís roubou a bola e tocou para Correa bater livre, com Bruno batido, por cima. E o Flamengo foi para o intervalo com vantagem de dois gols.

Reação do Galo

Duas preocupações atormentavam as torcidas. O que faria Celso Roth para fazer o Galo virar a partida e, do lado rubro-negro, como estariam as condições de Petkovic para o segundo tempo. O sérvio voltou, e o técnico atleticano pôs Evandro no lugar de Renan. Mandou o Galo para o ataque e, logo aos quatro minutos, o time diminuiu o placar: Thiago Feltri centrou pela esquerda, Evandro desviou de cabeça para Ricardinho escorar, com o pé direito.

A partir daí, a torcida do Galo acordou. A pressão aumentou. A tensão também. Com Petkovic apagado, o contra-ataque rubro-negro só funcionou aos 15 minutos, em jogada individual de Zé Roberto pela esquerda. Ele passou por Jonílson, Carlos Alberto e Werley, mas bateu para fora. Pouco depois, o time perdeu Aírton. Entrou Toró. Aos 22, ele participou de lance em que Zé Roberto quase ampliou. Carini fez boa defesa,

Imperador decide

Petkovic saiu para a entrada de Fierro. Era lá e cá. Aos 25, Evandro, de virada, quase empatou. A essa altura, o Galo já tinha Rentería no lugar de Éder Luís no ataque. E Celso Roth pôs Serginho no de Correa. O Flamengo pareceu por alguns momentos mais desarmado do que o Galo com as mudanças. Aos 29, em bola roubada na altura da meia-lua, Tardelli rolou para Ricardinho, que bateu para fora.

Bem marcado, sumido da partida, Adriano apareceu bem aos 32 minutos, quando, em jogada individual, teve a chance de ampliar o marcador, mas bateu em cima de Carini. Era a "premiere" do que o Imperador aprontaria. Aos 36, após belo centro de Fierro, que entrou bem na partida, o camisa 10 rubro-negro escorou de cabeça, aproveitando falha de Carini na saída do gol. A bola ainda tocou em Benitez antes de estufar as redes. Com o tento, o atacante rubro-negro empatou com Tardelli na artilharia do Brasileiro, com 18 gols.

Do terceiro gol em diante, o Fla retomou a partida. A torcida do Galo ficou muda. A rubro-negra cantava "Poeira" e outras músicas para comemorar. A vitória estava selada, ainda que o Atlético tentasse, no desespero, reagir. Os dois clubes seguem na busca do título. Mas o rubro-negro, com uma motivação a mais. E o Campeonato Brasileiro promete muita emoção.

Ficha técnica:

ATLÉTICO-MG 1 x 3 FLAMENGO
Carini, Carlos Alberto, Pedro Benítez, Werley e Thiago Feltri; Jonílson, Renan (Evandro), Correa (Sérginho) e Ricardinho; Éder Luís (Rentería) e Diego Tardelli . Bruno, Leo Moura, Álvaro, Ronaldo Angelim e Juan; Maldonado, Aírton (Toró), Willians e Petkovic (Fierro); Zé Roberto (Wellinton) e Adriano.
Técnico: Celso Roth. Técnico: Andrade.
Gols: Petkovic, aos nove minutos, e Maldonado, aos 39. No segundo tempo, Ricardinho, aos quatro minutos, e Adriano, aos 36.
Cartões amarelos: Evandro (Atlético-MG) e Juan e Bruno (Flamengo). Cartão vermelho:
Estádio: Mineirão. Data: 08/11/2009. Árbitro: Leonardo Gaciba da Silva. Auxiliares: Roberto Braatz (RJ) e Altemir Hausmann (RS).

Fonte: http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/Brasileirao/Serie_A/0,,MUL1371085-9827,00.html

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Você Entrevista: Nunes parte 1



Nunes esteve na redação do site oficial

Leia a primeira parte da entrevista, com as respostas do 'Artilheiro das Decisões' às perguntas dos internautas
Da equipe do site oficial do Flamengo

A equipe de jornalismo do site oficial do Flamengo conversou na tarde de sexta, 30 de outubro, com João Batista Nunes de Oliveira, o Nunes, mais conhecido como "o Artilheiro das Decisões". Nascido no dia 20 de maio de 1954, em Feira de Santana, Nunes fez história no Flamengo. Com seus gols decisivos, o atacante ajudou o clube a conquistar seguidos títulos: Campeonato Brasileiro de 1980, Estadual de 1981, Mundial Interclubes (1981) e , meses depois, Campeonato Brasileiro de 1982.

Veja aqui a primeira parte das respostas de Nunes às perguntas selecionadas nesta novidade da agência Fla, o "Você Entrevista". As questões foram enviadas por e-mail para o site oficial e passaram por uma seleção - dado o volume de mensagens. Aguarde a publicação da segunda parte da entrevista gravada. Aqui, na Agência Fla.

Danilo Santos Villa Flor, 16, Estudante, Alagoinhas (BA) – Como foi ganhar o mundo com o Flamengo?
Nunes: Eu só consegui esse objetivo depois que consegui ser campeão carioca, campeão brasileiro, campeão da Libertadores para depois ser campeão do mundo. Foi a realização de um sonho, dos meus objetivos. Maior objetivo, quando você é jogador, é ser campeão mundial. E ser campeão mundial pelo Flamengo é uma coisa muito bonita, muito linda, que todo mundo que é jogador de futebol gostaria de ter, de ganhar. Mas esse título faz parte do jogador de futebol, dos que trabalham no clube e da Nação Rubro-Negra. Então, você é campeão também.

Fabio Rodrigues Thiago, 23 Anos, Professor de Educação Física, Niterói/Rj - Qual foi o Gol que você fez com a Camisa do Flamengo, que você considera como o mais importante e que você sentiu após balançar a rede adversária?
Nunes: Fabio, os gols que eu fiz, que decidiram os campeonatos a favor do Clube de Regatas do Flamengo, todos eles foi importantes, mas eu tenho certeza que você vai concordar comigo, que um dos gols mais importantes foi contra o Atlético-MG porque foi ali que tudo começou. Nós nos sagramos campeões brasileiros pela primeira vez. Eu também estava consciente de que estava sendo campeão pela primeira vez e quando vi a bola entrar, que balançou a rede, eu só pensei na alegria de vocês, de todos os rubro-negros.

Francismar Calefi Mudesto, 29, estudante, Pará de Minas/MG. Nunes, você acha que aquela final do Mundial de 81, contra o Liverpool, foi mais fácil do que vocês esperavam?

Nunes: Francismar, a decisão contra o Liverpool nos fez muita feliz, fomos campeões mundiais. Teve um gosto e um sabor muito importante não só para nós, mas para toda a Nação Rubro-negra, consagrar-se campeão mundial. E também mostrar paras os ingleses que não se brinca com o Flamengo. Flamengo tem que ter respeito. E a gente fez com que eles respeitassem, colocando 3 a 0 neles no primeiro tempo. Porque quando a gente estava aquecendo, eles começaram a rir da gente. E quem ri por último, ri melhor.

Raphael Barbosa Medeiros, 28, advogado, Cuiabá/MT: Qual foi o melhor técnico que lhe dirigiu?
Nunes: Oi Raphael. É o Nunes, eu conheço a cidade de Cuiabá. É uma cidade maravilhosa, tou sempre aí, e um dos maiores treinadores com quem joguei foi o Claudio Coutinho. Para mim, foi o melhor técnico que eu tive. Fez parte do nosso grupo maravilhoso. Ele preparou a gente para ser campeão do mundo. E você também é campeão do mundo porque, afinal de contas, você é rubro-negro.

João Dias Aires de Carvalho, 38, Digitador, Natal/RN: Bom dia Nunes, se o senhor fosse o técnico do Flamengo como seria a escalação no time pra o jogo de sábado caso o Pet não possa jogar?

Nunes: Andrade, como todos conhecemos, é uma pessoa maravilhosa. Está adquirindo experiência como treinador. Você só consegue experiência estando em atividade. Ele trabalhou com vários técnicos, como auxiliar, e agora o Flamengo fez a coisa mais certa, colocando ele como treinador e dar condições de trabalho a ele. Eu não sou treinador. Nem quero ser, graças a Deus. Eu quero ser, sim, um homem forte no Flamengo, agindo como um diretor de futebol, um gerente de futebol, ou, quem sabe, futuramente, como presidente do Flamengo. Esse é o meu objetivo. Mas eu vou dar o meu palpite. Em casa, o Flamengo tem jogar 4-4-2, às vezes 4-3-3. Sempre colocando personalidade nos jogadores, sempre com a consciência de que está jogando dentro do Maracanã e dentro do Maracanã quem manda é o Flamengo.

Osmar Tinelli, 27, conferente de expedição, Itajaí/SC. Qual era o segredo ou motivação que leva você fazer tantos gols decisivos e por que você não foi para a [Copa do mundo pela ] seleção brasileira?

Nunes: Osmar, é o Nunes, prazer falar contigo. Infelizmente, não disputei uma Copa do Mundo pela seleção brasileira porque Deus não quis. Eu fui convocado para duas Copas do Mundo, mas infelizmente fui cortado por contusão. Mas eu era titular da seleção em 78 e 82. Mas eu me considero uma pessoa feliz porque disputei uma Copa do Mundo pelo Flamengo. Então, já realizei o meu sonho. Só de ser campeão do Mundo pelo Flamengo, não me faz falta ser campeão pela seleção brasileira, porque o Flamengo já é uma seleção brasileira. E você tem que ter sorte numa hora dessa. A minha motivação sempre veio em mim mesmo, ser uma grande profissional, ter um bom relacionamento com os companheiros dentro do clube, ter um bom relacionamento com a torcida e aqui na Gávea, que sempre foi a minha casa, ter um bom relacionamento com os sócios, com os funcionários, e eu sempre treinava muito. E o centroavante que vive do gol, ele sempre tem que estar se aperfeiçoando nos treinamentos. Então, eu treinava chute a gol, cabeceio, movimentação, para não aceitar a marcação e estar sempre bem colocado e sempre acreditar que o goleiro iria soltar a bola dentro da área. A presença de área de um centroavante é fundamental. E você tem que estar bem fisicamente. Então, eu sempre estava bem preparado fisicamente e superava todos os obstáculos. E tinha também um grupo maravilhoso, que me ajudava muito. E aquele era um time completo, em todos os sentidos que você imaginar.

Leandro Lorençatto, 36 anos, administrador de empresas, Guaraniaçu (PR) - Com aquele time de 1980/81/82, o Flamengo seria líder brasileiro se jogasse hoje?

Nunes: Com certeza! Muito líder.

Serghim Cabral, 46 , balconista, Muriaé (MG): Nunes um grande abraço. O que falta para que o Flamengo volte a ser Campeão Mundial?

Nunes: Falta... um bom banco, certo. Foi dessa maneira que nós fizemos. Um bom banco para quando um jogador não puder atuar, não sentir a falta como nós sentimos agora... do Pet [no jogo diante o Grêmio Barueri]. Tem que ter um jogador à altura porque isso dá também mais responsabilidade ao jogador que sai, para não descuidar, certo. Claro que o Pet não saiu por indisciplina ou por contusão. Simplesmente ele levou o terceiro cartão, certo. Sou a favor do clube ter um grupo à altura, em condições de quando sair um, o outro entrar e corresponder. Foi assim que nós ganhamos as competições que nós disputamos.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/noticias/noticia.php?id=7056