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terça-feira, 1 de junho de 2010

O craque



Artilheiro e principal jogador do Campeonato Brasileiro de 1980, o craque Zico quase não participou da finalíssima contra o Atlético Mineiro. Talvez apostando no amor incondicional que o Galinho e sua família tinham (e têm) pelo Flamengo, os dirigentes o "enrolaram" na semana que antecedeu o jogão.

"Aquela semana foi problemática. Eu nunca tinha jogado sem contrato e não seria dessa vez que jogaria. Os dirigentes estavam achando que eu entraria em campo sem contrato, mas eu disse que não. Acabei renovando meu contrato na sexta-feira e joguei no domingo", revela ao O Dia Online.

Graças a Deus ele jogou, pensaram os rubro-negros. E jogou muito. Logo aos sete minutos, ele achou Nunes na frente do goleiro com um lançamento que foi denominado de ponto futuro, no qual o craque colocava a bola na frente para um companheiro chegar pronto para finalizar.

"É uma jogada que sempre levei comigo, não só com o Nunes mas com outros jogadores também. Eu passava a bola de forma que o cara não precisava dominar. A ideia era ele chegar na corrida e receber com o trabalho de apenas arrematar", explica.

Zico aproveitou para falar de uma passagem ocorrida com Dario em 1974, quando foram companheiros de Flamengo. Dadá Maravilha sempre disse não saber jogar bola, mas apenas fazer gols. Por isso, o Galinho, bem-humorado, lembra de uma brincadeira que seu parceiro fez em relação ao ponto futuro.

"Nós fizemos 5 a 1 no Corinthians e dei duas bolas parecidas para o Dadá, que fez dois gols. Eu também fiz dois (Geraldo Assoviador completou o placar). Ele driblou o goleiro em um e apenas chutou no outro. Só que eu dei mais umas três bolas no mesmo estilo e ele perdeu. Depois, ele chegou em mim e disse: 'Não me dá essas bolas muito fáceis não porque aí minha responsabilidade de fazer o gol aumenta. Se der, lança no meio dos zagueiros, porque aí eu trombo com eles e faço os gols (risos)", recorda o maior ídolo da História do Flamengo.

Em relação à conquista contra o Atlético Mineiro, Zico utilizou um velho bordão para definir a vitória por 3 a 2.

"A primeira vez a gente nunca esquece e foi especial por ter sido o nosso primeiro título brasileiro. Além disso, abriu portas para a Libertadores e o Mundial, afirma, demonstrando um grande prazer ao falar da conquista.

Autor de 21 gols na campanha do Flamengo, o Galinho de Quintino disse não ter uma memória tão apurada quando questionado sobre quais foram os jogos mais difíceis do Brasileiro. O craque, porém, acertou tudo ao descrever a situação que vivia a equipe na terceira fase da competição.

"O jogo contra a Ponte Preta no Moisés Lucarelli foi muito difícil. Já tinha sido muito complicado no Rio, onde empatamos por 2 a 2, na estreia do Nunes. Lá em Campinas, estávamos perdendo e eu, me aproveitando do gramado irregular, fiz uma jogada e bati de fora da área. O Carlos (ex-goleiro da Seleção) bateu roupa e o Nunes empatou. Se não me engano, só passava uma equipe naquela chave (O Fla estava no Grupo O da competição, terceira fase) - realmente apenas um se classificava. Se a gente perde para a Ponte ia ficar complicado", analisou.

OS GOLS DE ZICO

Flamengo 1 x 0 Santos - 1
Flamengo 1 x 0 Internacional - 1
Flamengo 2 x 0 Mixto - 1
Flamengo 2 x 1 Ferroviário - 2
Flamengo 5 x 0 Itabaina - 4
Flamengo 2 x 2 Ponte Preta - 1
Flamengo 6 x 2 Palmeiras - 2
Flamengo 2 x 1 Bangu - 1
Flamengo 3 x 0 Desportiva - 2
Flamengo 2 x 0 Santos - 2
Flamengo 2 x 0 Coritiba - 1
Flamengo 3 x 2 Atlético-MG - 1

Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/ataque/flamengo80/

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