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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

De flamenguista para flamenguista - parte 2



Continuação da entrevista com Luxemburgo
Confira a segunda parte da entrevista exclusiva do técnico rubro-negro à Rádio Tupi
Vanderlei Luxemburgo esteve nesta tarde na Rádio Tupi.

O treinador rubro-negro abordou vários assuntos em relação ao clube e ao seu modelo de trabalhar. Confira abaixo os principais temas que Luxemburgo mencionou:

ATUAÇÃO DE EMPRESÁRIOS NO CLUBE:

“Essa é uma das mudanças importantes no futebol. O Flamengo vai produzir mais jogadores do que as outras equipes. O diferencial da chegada da Lei Pelé é que todos os empresários se prepararam para ela. Entretanto, os clubes acreditaram que iriam derrubar esta lei e continuariam fabricando atletas como Zico, que ficou muito tempo no Rubro-Negro sem a interferência de ninguém na sua carreira. Hoje, é difícil identificar o jogador com o clube. O torcedor terá que entender que ele torcerá pelo time que está em campo jogando e defendendo as cores para a conquista do título. O ídolo é momentâneo. O que é preciso é preparar os seus funcionários para trabalhar baseado no que a lei diz até porque cada empresário queira ou não acaba fazendo parte da sua comissão técnica, pois ele interfere diretamente em diversas decisões com seus jogadores.”

FORMAÇÃO DO CLUBE-EMPRESA:

“Dentro dessa realidade do mercado de futebol, o clube precisa se tornar uma empresa. Ela precisa se tornar competitiva para que o produto que é o atleta e está nas mãos do empresário possa render frutos. Hoje em dia, o empresário leva o jogador para onde ele possa ter condições de trabalho, dinheiro e tempo. Me lembro quando vim para cá em 1991, tentei trazer o Alberto, que atuava pelo Bragantino, porém, ele não optou vir para o Flamengo porque ganharia um pouco mais em outro lugar. Antigamente qualquer proposta do clube era vista como única, porém a partir daí as coisas foram mudando para se ter uma idéia. O Flamengo precisa ser um clube sólido e estruturado para que a sua marca seja ainda mais forte no mercado. O São Paulo foi o pioneiro no Brasil nesse quesito e por isso, teve uma hegemonia por um longo período. Dentro do processo de crescimento das outras equipes isso foi mudando.”


MUDANÇA DE POSTURA DA EQUIPE

“Para falar sobre isso é preciso ter cuidado. O problema às vezes não é o trabalho do dia a dia e sim, o ambiente que estava muito conturbado. Dessa forma não é possível produzir. Sem alegria não há felicidade. O time estava bem no comando do Silas. Ele estava bem, mas não era o cara preparado ainda. Cito o exemplo do Pelé que se tornou craque a partir da Copa do Mundo de 1970 que carregou o time nas costas e conquistou o título, mas em 1958, ele era apenas um coadjuvante com muita qualidade que se tornou obviamente o Pelé. O Flamengo está muito bem fisicamente. Mas essa preparação não foi feita com a nossa chegada. O trabalho do Emerson Buck foi excelente. Cheguei com uma proposta de mudança. Viemos para cá para trabalhar e não para passar o tempo.”


OBJETIVOS TRAÇADOS

“Chegamos com o objetivo de não falarmos em rebaixamento. Nossa idéia é conquistarmos a classificação para a Sul-Americana que nos dá o direito de disputarmos conseqüentemente a Libertadores. Portanto, quando eu assumi a equipe passei para o torcedor a chance de trazer um pouco de alegria. Preciso conhecer cada jogador que atua nos adversários, esse é meu trabalho. O Flamengo tem perdido alguns jogos porque o time está impaciente. Quando se é levado pela euforia do torcedor, acabamos dando espaços. Precisamos é conquistar os pontos seja no primeiro minuto ou no final.”

PETKOVIC

“O Petkovic precisa marcar, porém essa função deve ser desempenhada pelo Maldonado, Willians, Correa... que podem até fazer um gol, mas o Pet precisa atuar mais avançado perturbando os volantes do adversário.”

COMISSÃO TÉCNICA

“Implantei uma estrutura de profissionais que precisam saber lidar com jogadores. Estava montando uma equipe que pudesse dar o suporte para que os atletas desempenhassem o seu trabalho da melhor forma possível. Tomei muita pancada e até falaram que eu tinha uma patota, mas posso dizer que fui o pioneiro. Hoje, tenho o Lopes Júnior na comissão – estou preparando o menino porque a minha hora de parar está chegando – e o Mello. São pessoas gabaritadas em quem eu confio plenamente. Além de treinador também me dedico a reuniões em cada setores no clube. Sou um cara que dou a parte tática, passo o dia todo no clube, mas também me preocupo com outros problemas internos. Temos dois meses para tirar o Flamengo desta situação que estamos passando.”

Fonte: http://www.rj.superesportes.com.br/app/20,77/2010/10/18/noticia_flamengo,3966/continuacao-da-entrevista-com-luxemburgo.shtml

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