Total de visualizações de página

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O novo candidato a maestro do Fla para 2011


Bottinelli exibe a camisa do Flamengo: enganche

Quem é Darío Bottinelli, contratação do Flamengo pensando em 2011? Para decifrar em detalhes este (mais um) hermano que se candidata a repetir o sucesso de Conca, no Vasco e depois Fluminense, e Montillo, pelo Cruzeiro, convidamos Renato Zanata Arnos, nosso especialista em futebol argentino. A exemplo desses dois compatriotas, o agora rubro-negro vinha se destacando no Chile. Leia, clique e veja para saber mais sobre Bottinelli.

Por Renato Zanata Arnos

Darío Bottinelli, assim como Maxi Biancucchi e o saudoso Narciso Doval, foi formado na cantera del Ciclón, ou seja, nas divisões de base do San Lorenzo de Almagro. Com 24 anos recém completados, o argentino é um meia de criação que chega ao Flamengo com a incumbência de pensar o jogo e criar as tramas ofensivas, algo raro por aqui.

No San Lorenzo, El Pollo (frango em português) deu seus primeiros passos como jogador profissional, aos 17 anos, pelas mãos de Héctor Bambino Viera, treinador que o lançou no time principal. Depois, com Gustavo Alfaro, seguiu desenvolvendo seu futebol. Em 2006, atuou como enganche titular num 4-3-1-2, com o meio-campo em losango.

Naquel ano, no empate em 1 a 1 com o Vélez Sarsfield, foi titular, enquanto Walter Montillo aparecia entre os reservas. O hoje cruzeirense também surgiu nas divisões inferiores do San Lorenzo, na mesma época de Bottinelli, que o teria consultado antes de fechar oficialmente com o Flamengo.

Sob a batuta do treinador Oscar Ruggeri, zagueiro campeão do mundo em 1986, Bottinelli foi banco de Pablo Barrientos, outro enganche revelado pelo Ciclón, e que acaba de fechar com o Estudiantes. No San Lorenzo, treinado por Ramón Diaz e ao lado de Gastón Gata Fernández e Ezequiel Lavezzi, o novo rubro-negro conquistou o Clausura 2007 —atuou em quatro das 19 partidas do torneio.

Em seguida, teve uma rápida e apagada passagem pelo Racing Club, até ser emprestado no primeiro semestre de 2008 para a Universidad Católica. No Chile, se destacou na Libertadores, despertou o interesse do Atlas de Guadalajara, clube mexicano que comprou seu passe ao San Lorenzo.

No segundo semestre de 2010, Bottinelli retornou ao Chile para atuar novamente na Universidad Católica, treinada então, por Juan Antonio Pizzi. O argentino foi importante para Los Cruzados na conquista do título nacional, destacando-se no 4-2-3-1 como meia, aberto pela esquerda. Lá fazia a diagonal em direção a área para buscar o drible, a tabela, servir os atacantes ou arrematar em gol.

Revi três partidas da Libertadores 2008 nas quais atuou este enganche argentino pela Universidad Católica (América do México 2 x 1; 1 x 2 River Plate e River Plate 2 x 0). Assim, constatei o perfil técnico-tático de Darío Bottinelli.

Atuando dentro do contexto tático identificado como 4-4-2 (mais precisamente um 4-3-1-2), com o meio-campo em losango, Bottinelli tinha muita liberdade de movimentação. E apresentou o perfil de um autêntico enganche, ou seja, um meia de criação.

Bottinelli em ação pelo Atlas, do México: lá ele era o camisa 10
Posicionado a partir do círculo central, sempre marcado de perto por dois, três adversários, jogava usualmente a dois toques, e com boa qualidade na perna direita para conduzir a bola em velocidade. Dribles, passes curtos, longos, objetivos, verticais ou diagonais formavam seu jogo, além do arremate de fora da área.

O argentino não demonstrou medo em arriscar chutes de média e longa distância, principalmente próximo a meia-lua. Clareou para bater, e ele chutava, inclusive com a canhota, que não é a boa. Sem a bola, Bottinelli se apresentava em sua intermediária defensiva para cercar o adversário de posse da pelota e servir como opção para ao receber o segundo passe.

O camisa 18 da Gávea gosta de ditar o ritmo da equipe, virando jogo ou executando passes laterais de desafogo à procura dos companheiros livres de marcação. Seus passes diagonais tinham, em geral, o endereço do lateral esquerdo Pérez, quando este subia ao ataque.

Já a saída de bola da Universidad ficava por contra do muito bom volante central, Jorge El Patrón Ormeño. Bottinelli confirmou a fama de bom batedor de faltas pela esquerda. Das quatro cobranças que executou nestes três jogos, duas geraram gols (um deles, contra o River Plate, mal anulado) e uma outra obrigou o goleiro Carrizo a executar difícil defesa.

Um torcedor do Flamengo, Adriano Lima, já até criou um site em homenagem ao Pollo. Vejamos se, em campo, ele corresponderá.

Renato Zanata La Bruja Arnos, niteroiense, 44 anos, formado em História, blogueiro, pesquisador e analista tático do futebol argentino.

Fonte: http://www.espn.com.br/maurocezarpereira/post/167954_VIDEOS+CONHECA+O+NOVO+CANDIDATO+A+CONCA+OU+MONTILLO+DO+FLA+PARA+2011

Nenhum comentário: