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sábado, 5 de março de 2011

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Fonte: http://www.lancenet.com.br/infograficos/flamengo1987/

Opinião do PVC sobre o Brasileiro de 1987

De Flapédia

Introdução

Nesse artigo consta o texto completo divulgado por Paulo Vinícius Coelho, o PVC sobre o Campeonato Brasileiro de 1987 e a sua opinião sobre o assunto.

Texto
"Como prometi no ar, explico tudo o que aconteceu em 1987.
A história começa em 1986.
Até aquele ano, os campeonatos estaduais eram classificatórios para o Brasileiro. Os seis primeiros de São Paulo, os cinco primeiros do Rio, os dois melhores do Mineiro, do Gaúcho, do Pernambucano, os campeões estaduais de outros estados se classificavam.
Assim, entre 1980 e 1986, o Brasileirão teve 40 clubes na primeira divisão (Taça de Ouro, Copa Brasil) e quatro que se classificavam do torneio de acesso (Taça de Prata, Torneio Paralelo, nome oferecido em 1986).
Em 1986, a CBF prometeu mudar o sistema e criar, para 1987, a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Os 24 melhores de 1986 formariam a Série A do ano seguinte.
Terminado o campeonato, a CBF mudou de idéia. Primeiro, afirmou que não tinha condição financeira de promover o torneio. Foi quando os grandes se rebelaram e fizeram o movimento que criou o Clube Dos Treze. Os fundadores (Flamengo, Fluminense, Vasco, Botafogo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Grêmio, Internacional, Atlético Mineiro, Cruzeiro e Bahia) anunciaram que disputariam um campeonato próprio, organizado por eles mesmos.
A CBF, então, se mobilizou e anunciou que faria o campeonato com 40 clubes. Os grandes fizeram uma composição com a CBF, mas criaram a Copa União, com a participação, também, de Santa Cruz, Goiás e Coritiba. A CBF criou o regulamento, que previa o cruzamento de campeão e vice do Módulo Verde (Copa União) com campeão e vice do Módulo amarelo (a suposta segunda divisão). O Clube dos 13 dizia que não disputaria o cruzamento, a CBF dizia que haveria o cruzamento. Essa confusão se deu porque o representante do Clube dos 13 na CBF era Eurico Miranda. O Eurico aceitou o acordo com a CBF, mas, quando informou a direção do Clube dos 13, este recusou veementemente. O campeonato começou com a CBF dizendo que haveria o cruzamento, o Clube dos 13 dizendo que não aceitava e que não disputaria.
Nesse ínterim, o Brasil inteiro assistiu à Copa União como o Campeonato Brasileiro, sem dar muita atenção ao que aconteceria no final do ano. A TV Globo transmitia para o Brasil inteiro, um jogo por rodada sorteado quinze minutos antes da partida começar, às 17h do domingo. Pernambuco também vivia assim, porque acompanhava o Santa Cruz no torneio.
E assim o Flamengo venceu o Brasileirão, a Copa União, em 13 de dezembro de 1987. No mesmo dia, o presidente do Flamengo, Márcio Braga, um dos líderes da criação do Clube dos Treze, reafirmou que não haveria cruzamento.
Enquanto isso, no mesmo dia, Guarani e Sport se classificaram para a decisão do Módulo Amarelo, decidido nos pênaltis. O empate persistiu tanto que ao chegar aos 11 x 11, nas cobranças de pênalti, os dois presidentes decidiram que o torneio terminaria empatado. Sport e Guarani foram proclamados campeões empatados do Módulo Amarelo pela CBF. Tinham a perspectiva de disputar o cruzamento com Inter e Flamengo.
No início de 1988, a CBF fez a tabela. Sport e Guarani entravam em campo nas partidas marcadas contra Inter e Flamengo. Sem adversário, eram proclamados vencedores por W.O. Na decisão do “Campeonato Brasileiro”, o Sport enfrentou o Guarani, empatou o jogo de ida por 1 x 1, em Campinas, venceu no Recife por 1 x 0, gol do zagueiro Marco Antônio. A CBF proclamou o Sport campeão brasileiro de 1987.

Agora vai minha opinião:
Flamengo campeão legítimo de 1987, porque o Brasil inteiro acompanhou a Copa União como o Campeonato Brasileiro.
O Sport não pode ser descartado, porque é oficial.
E eu preciso contar a história inteira. Por isso, embora eu julgue o Flamengo o campeão legítimo, quando me perguntam, digo: Flamengo e Sport são campeões de 1987. É o único jeito de alimentar a curiosidade e contar a história inteira, como todo mundo merece saber".

Texto de Paulo Vinícius Coelho

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