Total de visualizações de página

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

30 anos do título mundial



Vinicius Castro
No Rio de Janeiro
“Sensacional, “histórico”, “o maior de todos”. Estas são algumas das formas usadas pela torcida do Flamengo para definir o esquadrão que conquistou o mundo exatamente há 30 anos. Em 13 de dezembro de 1981, os gols de Nunes (2) e Adílio nocautearam o Liverpool, em Tóquio, e deram ao Rubro-Negro a maior glória de sua história. Na época, os japoneses pouco entendiam sobre o esporte e viram o time brasileiro precisar de apenas 45 minutos para liquidar a fatura.



Parte do time do Flamengo que conquistou a Copa Libertadores antes de promover um baile em Tóquio


Sob o comando de Paulo César Carpeggiani, o Flamengo de Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico, Tita, Nunes e Lico estabeleceu a conhecida “Era de Ouro” do clube carioca. Na qual, além de títulos nos anos anteriores e seguintes ao Mundial, abraçou três conquistas em apenas 21 dias (Campeonato Carioca, Copa Libertadores e o próprio Mundial Interclubes).

Como todo grande feito histórico, causos e mitos fazem parte do processo. Desde o desprezo inglês até os japoneses aprendendo a gritar “Mengo!” minutos antes de a bola rolar, tudo está gravado na memória dos envolvidos. Zico, maior ídolo da história rubro-negra, não esquece pontos curiosos que o marcaram no principal título de sua brilhante carreira.

“Já me senti campeão do mundo no intervalo. O nosso time, se fizesse dois gols, já era difícil alguém virar. Imagina fazendo três... Não havia a menor chance de perdermos no segundo tempo. Foi a final mais fácil que joguei pelo Flamengo. Um jogo frio em termos de decisão. A torcida fez muita falta. Os japoneses vibravam com os chutes para o alto achando que era baseball (risos). Foi chata a comemoração, apenas entre nós. A minha comemoração de verdade com a torcida foi no primeiro jogo do ano seguinte. Do Japão, alguns jogadores foram para o Havaí e Las Vegas. Fomos tomar todas e nos divertir”, comentou o Galinho de Quintino, que discorda sobre o “desprezo” do Liverpool.

“Quando fomos para o jogo já sabíamos bem o que iríamos enfrentar. Nos informamos sobre o Liverpool. Eu conhecia alguns jogadores por ter enfrentado-os pela seleção brasileira. Eles pareciam ter aquela coisa de não ligar muito para o futebol Sul-Americano. Mas não existiu desprezo, apenas nos motivamos e valorizamos o nosso talento”, completou o eterno camisa 10, hoje técnico da seleção do Iraque.

FLAMENGO 3 X 0 LIVERPOOL (13/12/1981)
LOCAL
Estádio Nacional, Tóquio (Japão)
PÚBLICO
62 mil pagantes
ÁRBITRO
Rúbio Vazques (México)
GOLS
Nunes aos 13', Adílio aos 34' e Nunes aos 41' do primeiro tempo
FLAMENGO: Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Técnico: Paulo César Carpeggiani.
LIVERPOOL: Grobbelaar; Neal, Kennedy, Lawnson e Thompson; Hansen, Dalglish e Lee; Johnstone, Souness e McDermott (Johnson). Técnico: Paisley

FLA LANÇA CAMISA PARA COMEMORAR CONQUISTA
Adílio, autor do segundo gol da grande decisão, tinha acabado de casar e vivia lua-de-mel na época da maior alegria proporcionada por aquele grupo aos fanáticos torcedores. O segredo para o futebol mágico? Na ponta da língua do ex-camisa 8.

“Treinávamos e conversávamos muito. Existia um conhecimento dentro e fora de campo. Isso ajudava aquele time na construção das jogadas. Foi assim no primeiro tempo e durante muitos jogos. O entrosamento prevalecia. É muito gratificante fazer parte da história do Flamengo dessa forma”, afirmou.

Com dois gols assinalados na final do Mundial, Nunes é conhecido até hoje pela torcida como o “Artilheiro das decisões”. Ele revelou que seguiu os conselhos de Zico e passou a se posicionar em diagonal próxima ao gol.

“Era o primeiro jogador que o Zico olhava quando pegava a bola em boa situação. Assim saíram meus dois gols contra o Liverpool. Esse time entrou para a história do futebol. É o Santos do Pelé e o Flamengo do Zico. Somos lembrados desta forma”, contou Nunes, sem deixar de lado a “marra” característica.

“Se pegar o Flamengo da época, todos com 20 anos, e colocar para jogar contra o Barcelona atual, não tenho a menor dúvida que dá Flamengo”.

Nunes tem tanta convicção da sua importância para o Rubro-Negro, que mostra tudo o que pensa no discurso. E não alivia aos que até hoje o chamam de “sortudo” e “caneleiro”.

“Quando cheguei ao Flamengo brinquei que era a peça que faltava para o time se mostrar perfeito. Qualquer equipe de futebol precisa de uma referência. Eu tive essa responsabilidade e executei dentro de campo. Consegui gols e títulos assim. Na história do Mundial, acho que apenas Renato Gaúcho (Grêmio), Raí (São Paulo) e eu marcamos dois ou mais gols em uma final de campeonato do mundo. Somos brasileiros na história”, disse.

Por fim, o “João Danado” define com mais uma forma o esquadrão de 1981. Definição esta que faz o torcedor rubro-negro voltar no tempo e sonhar com a repetição de tal feito em um futuro próximo.

“Aquele time jogava por música em todos os sentidos que você possa imaginar. Era realmente um time de craques e homens de caráter. Todos devidamente imortalizados na história do Flamengo. As antigas e novas gerações sempre vão lembrar”, encerrou.

Fonte: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/12/13/flamengo-comemora-30-anos-do-titulo-mundial-a-conquista-que-so-precisou-de-45-minutos.htm

Nenhum comentário: