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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

UM, É POUCO, DOIS É BOM E 9 ENTÃO...

Flamengo é Eneacampeão Estadual de maneira consecutiva

Mais Querido termina a competição com 100% de aproveitamento; NBB é o próximo desafio

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Na noite desta quarta-feira (30.10), no ginásio do Tijuca Tênis Clube, o time de basquete do Flamengo coroou uma campanha perfeita (100% de aproveitamento em oito jogos) com uma bela vitória, por 82 a 71, sobre o Macaé e levantou o troféu do Estadual. Os muitos torcedores do Mais Querido presentes tiveram a honra de ver o clube da Gávea ganhar a competição pela nona vez consecutiva e foram ao delírio quando a taça e as medalhas de ouro foram entregues aos jogadores rubro-negros. Marcelinho, com 18 pontos, foi o cestinha da equipe de José Neto.

"Orgulho muito grande de dar mais um título para o Flamengo. Desde o início, falei que quando o Flamengo entra em quadra, em qualquer campeonato, a expectativa é muito alta. Os jogadores honraram isso, superando as dificuldades normais de um início de temporada e batendo uma equipe briosa", disse o treinador rubro-negro.

O jogo

O Flamengo foi à quadra com o seguinte quinteto titular: Gegê, Laprovittola, Benite, Meyinsse e Olivinha. Apesar do apoio da Nação, o jogo começou extremamente equilibrado, graças principalmente à marcação pressão da equipe macaense. Assim, os talentos individuais rubro-negros começaram a sobressair. Destaque para Laprovittola, que marcou os primeiros pontos do Mais Querido em um certeiro arremesso de três. Com tanto equilíbrio, o primeiro quarto acabou empatado: 25 a 25. Nos dez minutos seguintes, José Neto começou a usar em grande número suas peças do banco de reservas. Marcelinho, Diego Marques, Shilton e Cristiano Felício entraram muito bem e deram um novo gás ao Fla. Mas, do outro lado, estava um adversário forte e competente, que conseguia manter o confronto igual. Quando o primeiro tempo acabou, o clube da Gávea levava apenas dois pontos de vantagem sobre o Macaé: 40 a 38.

O Flamengo voltou para o segundo tempo com Gegê, Benite, Marcelinho, Meyinsse e Olivinha. Além de equilibrado, o jogo passou a ficar nervoso. Algumas discussões entre os jogadores aconteceram e a Nação, nas cadeiras, acabou "acordando" e começou a cantar muito alto em sinal de apoio aos atletas rubro-negros. Com o espetáculo de arrepiar dos torcedores, o Mais Querido cresceu, mas seguiu esbarrando na eficiente defesa do Macaé, que terminou o terceiro quarto vencendo por 53 a 51. Como não estava bastando só a técnica, no último quarto a raça teve que fazer a diferença. Os homens de José Neto pareciam mais fortes e não houve disputa de bola que fosse vencida pelos macaenses. Com a energia da torcida e a vontade dos jogadores, o Flamengo empatou o confronto (71 a 71) e forçou a disputa da prorrogação.

Nos últimos cinco minutos que decidiram a partida, emoção não faltou. Nas cadeiras, a Nação não se calou, e, dentro de quadra, os jogadores responderam com muita determinação. Com Laprovittola ditando o ritmo do jogo, o Flamengo foi melhor e afastou qualquer chance do Macaé voltar a ficar na frente do placar. Nos segundos finais, a equipe de José Neto apenas administrou a vantagem e venceu por 82 a 71.

"Ainda me emociona muito ganhar um Estadual. O dia que eu não tiver mais essa motivação de ganhar, saberei que é hora de parar. Com a sequência de jogos, fui ganhando confiança e as coisas foram melhorando. Chegar aqui hoje e ganhar um título com a camisa do Flamengo é muito bom, pois é diferente ser campeão com o Manto Sagrado. Agora é comemorar e começar a pensar no NBB, que será muito duro", falou o cestinha rubro-negro Marcelinho.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

FESTA DEMOCRÁTICA

Festa na favela: torcida do Fla dá show e também goleia no Maraca

Imensa maioria dos 59.848 presentes, rubro-negros cantam, empurram o time, provocam rivais, dão parabéns a Léo Moura e ovacionam Hernane

Um massacre em dose dupla, e nada impiedosa. O show de Hernane em campo, com os três gols na vitória por 4 a 0 sobre o Botafogo, colocou o Flamengo na semifinal da Copa do Brasil. Mas nem assim é possível afirmar que o Brocador foi o único protagonista da noite. Com uma superioridade até maior do que a foi vista em campo, a torcida rubro-negra foi imensa maioria nos 59.848 presentes no Maracanã e já não poupava os botafoguenses antes mesmo de a bola rolar. Imagine com tamanho baile em campo.

Apesar da divisão do estádio prever dois setores mistos, um mar vermelho e preto tomou conta de três quartos do Maracanã. Na parte destinada ao Botafogo, era possível perceber pequenos clarões em amarelo e azul - cores das cadeiras -, o que minutos antes do apito inicial foi suficiente para provocações rubro-negras com "Cadê você? Cadê você?". Esta foi apenas mais uma canção de um extenso repertório que ultrapassou, e muito, a barreira dos 90 minutos de uma partida de futebol.

Festa de aniversário

Se em campo esperava-se um clássico equilibrado e até com certa vantagem para o Botafogo, pela campanha no Brasileirão, na arquibancada a previsão já era de supremacia rubro-negra. Desde segunda-feira os bilhetes para o setor Norte já estavam esgotados, enquanto os alvinegros não compraram todos seus bilhetes, do setor Sul, até a hora do jogo. E a festa em vermelho e preto começou a ganhar muito volume no anúncio da equipe titular, quando Léo Moura, Elias e Jayme foram os mais aplaudidos. Já Carlos Eduardo, em um prenúncio do que aconteceria depois, recebeu vaias.
Já com os times em campo, foi a vez dos torcedores gritarem os nomes dos titulares um por um. Léo Moura, aniversariante do dia, recebeu um "Parabéns a você". Outra novidade foi o grito de "Vai, Paulinho! Vai, Paulinho" para o camisa 26. E o atacante foi, com uma atuação memorável pela ponta esquerda. Com bola rolando, a ordem foi de "vai pra cima deles, Mengo!".

torcida Flamengo no Maracanã jogo Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Torcida Flamengo no Maracanã jogo Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
 
Melhor em campo, o Flamengo até esperava um pouco o Botafogo e era mortal nos contragolpes. E foi justamente em um desses lances que surgiu o primeiro grande foco de irritação. Paulinho deixou Gilberto na saudade, avançou e rolou para Carlos Eduardo na marca do pênalti. O camisa 20 chutou mal e ouviu vaias, que aumentaram o volume minutos depois por um passe errado no meio de campo. O gol de Hernane aos 19, por sua vez, trouxe o clima de festa de volta ao Maracanã.

O grito de "Uh, terror, o Hernane é Brocador" deu início a uma série de canções que seguia quase ininterrupta até o fim do jogo. E o repertório era vasto. Em determinado momento, o Maracanã virou Marquês de Sapucaí e os rubro-negros emendavam sambas-enredo, como os da Estácio de Sá, do ano do centenário, 1995, e da União da Ilha do Governador de 1989. Temas recentes como "Raça, amor e paixão" e "Mengão do meu coração" também foram muito cantados no primeiro tempo. No fim dos 45 minutos, o placar já apontava 2 a 0, e dava a senha que somente os jogadores descansassem no intervalo.
torcida Flamengo no Maracanã jogo Botafogo (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)Ainda antes do jogo, flamenguistas já ironizavam o rival (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Festa na favela

Na volta para o segundo tempo, um jogador recebeu uma ovação especial: Paulinho. Destaque do primeiro tempo ao lado de Hernane, teve seu nome gritado. Na noite de quarta-feira, a tradicional canção de Neguinho da Beija-Flor também foi entoada: "Domingo, eu vou ao Maracanã...". Com o placar ainda 2 a 0, entretanto, mais um momento de irritação, e novamente com Carlos Eduardo. O camisa 20 errou passe no campo defensivo e permitiu boa chance para o Botafogo. A turma da mureta ficou louca e quase debruçou no banco de reservas para pedir a Jayme sua substituição.

O lindo cruzamento de André Santos para o gol de cabeça de Hernane - o terceiro na noite -, por sua vez, colocou as coisas novamente no lugar. A partir daí, já com uma goleada, o foco voltou a ser ofensas ao Botafogo. Relembrando o tri estadual sobre o rival, em 2007/2008/2009, sucessos do passado voltaram a ser hits: "E ninguém cala esse chororô, chora o presidente, chora o time todo, chora o torcedor", além de novamente o "Cadê você? Cadê você?".


Com apenas 16 minutos, gritos de "olé" já eram ouvidos em alto e bom som, enquanto alvinegros desiludidos já iam embora do Maracanã. Neste momento, a trilha foi: "Olha, olha a Fúria indo embora", em menção à principal organizada do Bota, seguido de um "Mamãe eu quero". O quarto gol, marcado por Léo Moura, fez com que um novo "Parabéns a você" fosse cantado em homenagem ao lateral.

Já quase sozinhos no Maracanã, os rubro-negros elogiaram a si mesmos com "que torcida é essa" e encheram o peito para cantar: "Festa na favela". O grito foi uma resposta aos botafoguenses, que após a vitória por 2 a 1 pelo Brasileirão pediram "silêncio na favela". A vaga garantida na semifinal remeteu à proximidade de um retorno a Libertadores também: "Ihhhh, Libertadores qualquer dia 'tamo ai'". Até o "Poeira", de Ivete Sangalo, sucesso em 2004, foi relembrado.

Por fim, Jayme de Almeida prestou uma homenagem a Paulinho e Léo Moura. A dupla foi substituída por Bruninho e Rafinha, e saiu ovacionada - Cadu também deu lugar a Adryan, mas recebeu vaias. Foi o penúltimo ato de uma noite encarrada com "O Maraca é nosso, aha, uhu". E disso, pelo menos nesta quarta-feira, ninguém tem dúvida. Seja dentro ou fora de campo.