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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

 

Passou por cima! Fla faz 6 a 1 sobre o Vasco e é campeão carioca sub-17

Goleada na Gávea deixa agregado de 10 a 1 em decisão da Taça Rio. Promissora geração rubro-negra, comandada por Vinícius, já tinha conquistado a Taça Guanabara

 

Atropelamento rubro-negro na final da Taça Rio Sub-17. Depois não tomar conhecimento do Vasco e fazer 4 a 0 no jogo de ida, em São Januário, o Flamengo voltou a golear nesta quarta-feira, conquistou o segundo turno e, por tabela, o título estadual da categoria: 6 a 1  - 10 a 1 no agregado. Principal nome dessa promissora geração, Vinícius fez dois gols - um deles olímpico -, assim como Lincoln. Bill e Wesley completaram, enquanto Robinho descontou.  
lincoln e vinicius flamengo sub-17 (Foto: gustavo rotstein)Lincoln, o goleador, e Vinicius, o craque do time do Flamengo sub-17 (Foto: Gustavo Rotstein)
Com o título do Flamengo praticamente garantido pela vitória no jogo de ida, o primeiro tempo foi equilibrado e os donos da casa abriram 1 a 0 somente nos minutos finais, com Bill. Os rubro-negros, porém, voltaram avassaladores para etapa final e, de forma impressionante, marcaram quatro gols em 20 minutos: na parada técnica, o placar já apontava 5 a 0.  

A ampla desvantagem fez o Vasco perder a cabeça. Miranda e Linnick receberam o segundo cartão amarelo e foram expulsos. Apesar do adversário fragilizado defensivamente, o Flamengo fez somente mais um, até que Robinho colocou números finais no placar descontando para os vascaínos em rebote de cobrança de pênalti. Campeão da Taça Guanabara, o Fla repete a dose na Taça Rio e vence o Estadual sem a necessidade de uma final.

flamengo sub-17 (Foto: gustavo rotstein)Garotada do sub-17 do Flamengo comemora título sobre o Vasco no gramado da Gávea (Foto: Gustavo Rotstein)
flamengo, final, sub-17, carioca (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)Jogadores do Flamengo comemoram título sobre o Vasco (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

flamengo, final, sub-17, carioca (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)Jogadores do Flamengo posam para foto com medalhas e taças da competição (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Fonte: http://globoesporte.globo.com/rj/futebol/noticia/2016/11/passou-por-cima-fla-faz-6-1-sobre-o-vasco-e-e-campeao-carioca-sub-17.html



terça-feira, 15 de novembro de 2016

FLAMENGO É CAMPEÃO DA COPA DO BRASIL PELA TERCEIRA VEZ

O tricampeonato da Copa do Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma campanha de superação e talento


O ano era 2012 quando foi eleita, em dezembro, uma nova diretoria para o Clube de Regatas do Flamengo. Eduardo Bandeira de Mello, juntamente com seus vice-presidentes e diretores, prometeu revolucionar o clube, principalmente na parte financeira. A partir de dezembro, foi iniciada uma verdadeira operação, com o foco no gasto responsável do dinheiro que o Mais Querido arrecadava e com a gestão de maneira transparente e inteligente. A história dessa Copa do Brasil teve início em dezembro daquele ano.


Na reformulação do elenco, uma grande quantidade de jogadores foi dispensada ou vendida. Nomes como Wellington Silva, Magal, Botinelli, Negueba, o ídolo Maldonado e Vagner Love, dentre outros, saíram do clube a fim de aliviar a folha salarial. Em contra-partida, foram contratados alguns atletas para reforçarem posições pontuais no elenco, juntamente com alguns garotos que subiram das categorias de base naquele ano. Os principais jogadores que chegaram para elevar o patamar do elenco em funções fundamentais foram o meio-campista Gabriel, o zagueiro Wallace, e o volante que, mais tarde, viria a tornar-se o capitão da equipe, Elias.


Durante a disputa do Campeonato Carioca, alguns garotos que vinham bem no time sub-20 ganharam chances na equipe principal, e foram de fundamental importância na campanha da conquista da Copa do Brasil daquele ano, principalmente os atacantes Rafinha e Nixon. Ambos chamaram a atenção com uma atuação de gala na goleada por 4 a 2 contra o Vasco, tendo o primeiro marcado um verdadeiro golaço em uma arrancada em velocidade saída do campo de defesa rubro-negro.


A força ofensiva composta por garotos começava a ganhar corpo.


Na estreia da competição nacional, o Flamengo enfrentou o Remo em duas partidas. Na primeira, o destaque ficou para Rafinha que, em uma grande jogada pela ponta esquerda, passou no meio de dois jogadores e bateu de chapa no canto. A bola ainda desviou em Hernane antes de entrar e dar números finais ao confronto.


Já na segunda partida, disputada em Volta Redonda, o camisa 9 rubro-negro teve uma atuação impecável, anotando todos os três tentos do Mais Querido. Hernane demonstrava oportunismo, excelente posicionamento e um poder enorme de finalização, características de todo grande centroavante.


O adversário seguinte foi o Campinense.

No primeiro confronto, foi a vez de um veterano roubar os holofotes. Com uma história de longa data com o clube da Gávea, o meio-campista Renato Abreu estava de volta ao Flamengo. O "Urubu Rei" marcou ambos os gols do Mais Querido na partida da maneira que tornou-se sua especialidade com o passar dos anos, as cobranças de falta. Todas levavam perigo ao gol adversário, e a maioria parava no fundo das redes. Sua técnica era invejável, aliando a força à precisão em cada batida.



A partida de volta foi disputada no Estádio Municipal Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora. Elias marcou o segundo tento do confronto, que terminou em vitória rubro-negra por 2 a 1, que viria a ser um dos gols mais bonitos de toda a campanha. Após um drible desconcertante, o camisa 8 tabelou com Hernane e Paulinho na entrada da área, que deu um passe por elevação de costas para o gol. Elias fez a infiltração pelo meio da defesa do Campinense e finalizou com precisão na saída do goleiro.



Na sequência, foi a vez do ASA, de Arapiraca.



O jogo marcava a participação rubro-negra na terceira fase da competição. Na primeira perna, Nixon foi o nome da vitória por 2 a 0 com um gol e uma assistência. Já na segunda partida, os tentos de Elias e Marcelo Moreno, ambos completando para o fundo das redes com extrema categoria jogadas construídas pelas beiradas do campo, garantiram o prosseguimento do Flamengo na competição.



Foi então que chegaram as oitavas de final.





O Mais Querido enfrentaria a equipe que vinha dominando o futebol brasileiro nos últimos anos. Comandados por Marcelo Oliveira, o Cruzeiro venceria o Brasileirão de 2013 de forma antecipada e no ano seguinte também se sagraria campeão. No entanto, toda essa qualidade em campo foi ofuscada pelo brilho predestinado do elenco que envergavam com garra e talento o Manto Sagrado.




Na primeira partida, o gol de Carlos Eduardo manteve o Flamengo na briga. A equipe mineira ganhava por 2 a 0 quando, aos 23 minutos da etapa final, o Marcelo Moreno aproveitou uma confusão na zaga celeste e finalizou. A bola tocou caprichosamente a trave e sobrou limpa para o meia, que apenas empurrou para o fundo das redes.




O segundo jogo foi pautado pela tensão. O Mais Querido voltava ao Maracanã após um longo período de três anos fechado para reformas a fim de receber a Copa das Confederações daquele ano e a Copa do Mundo do ano seguinte. O estádio estava completamente lotado, com a Nação fazendo uma festa linda e apoiando os atletas em campo desde o primeiro minuto.



A partida ia se encaminhando para o fim. Flamengo e Cruzeiro tiveram diversas oportunidades para marcar, com alternâncias durante todo o confronto em termos de posse de bola e chances criadas. A eliminação era iminente naquele momento, mas aquele elenco tinha entendido perfeitamente o que é vestir o Manto Sagrado. O desejo de seguir adiante era visível em cada um daqueles jogadores. E foi então que, aos 42 minutos do segundo tempo, uma jogada espetacular de Paulinho pelo lado direito abriu a oportunidade para o cruzamento. Os atacantes do Mais Querido levaram a zaga celeste para dentro da pequena área e, inteligentemente, Elias se posicionou próximo à marca do pênalti, sozinho. O camisa 26 encontrou o capitão com passe preciso, que finalizou com maestria levando o Flamengo à próxima fase da competição. A comemoração emocionada do volante permanece na memória dos torcedores até hoje.






O que se viu depois foi um verdadeiro massacre no clássico.





As coisas não vinham bem no Campeonato Brasileiro. Após uma derrota por 4 a 2 para o Atlético-PR, o ex-técnico Mano Menezes pediu demissão, deixando a equipe no meio da competição. A coragem de Jayme de Almeida deu um ânimo novo para a equipe após tomar as rédeas da situação. O time estava motivado novamente e disposto a conquistar o título, além de sair da situação de perigo no outro torneio nacional.



Depois da primeira partida, que terminou empatada por 1 a 1, com o gol rubro-negro marcado por André Santos, a Nação lotava novamente sua casa para o confronto da volta. Em uma atuação para crítico algum botar defeito, o Flamengo goleou o Botafogo por 4 a 0. Como de costume naquela temporada, o centroavante Hernane foi, mais uma vez, o dono do show. Três dos quatro tentos foram marcados pelo camisa 9, que ainda veio a sofrer o pênalti cobrado por Léo Moura e que fechou o placar. O Flamengo estava nas semifinais.







O próximo adversário seria o Goiás.






A equipe do centro-oeste brasileiro havia eliminado o Vasco em um confronto equilibrado na fase anterior, o que mostrava que não seria tarefa fácil passar pelo time goiano. A primeira partida foi realizada no Serra Dourada e viu uma suada vitória rubro-negra por 2 a 1, com todos os gols sendo marcados na etapa inicial. Paulinho abriu o placar em finalização precisa após limpar o defensor oponente com um drible curto, que era sua especialidade. E por falar em especialidade, o veterano zagueiro Chicão deu números finais à partida após cobrança de falta perfeita no canto direito do goleiro.



No jogo da volta, no Maracanã, um susto logo de início. Aos 5 minutos de partida, Eduardo Sacha marca o primeiro gol do confronto. O que poderia ser visto como um banho de água fria para a torcida teve o efeito contrário. O barulho no Maior do Mundo era ensurdecedor, com cantos incessantes vindo das arquibancadas. Foi então que, aos 14 minutos, um ataque brilhante é construído a partir da intermediária viu Elias tentar finalizar. A bola rebateu na zaga e sobrou para o artilheiro Hernane, que encobriu o goleiro com a categoria típica do goleador. O jogo estava igual novamente.








O ímpeto rubro-negro cresceu ao decorrer da partida. As jogadas vinham acontecendo e as chances estavam amontoando-se. Eis que uma bola tocada para Elias, ainda um pouco longe do gol, foi parar no fundo das redes após uma batida perfeita do volante. Na comemoração, mais um momento emocionante. A homenagem do camisa 8 ao filho Davi, que passava por problemas de saúde à época. Durante todos os dias que antecederam o confronto, foram inúmeras as mensagens de incentivo por parte da torcida ao atleta e a seu filho, dando forças ainda maiores nessa luta, mostrando que nenhum deles estaria sozinho.







Uma linda maneira de retribuir todo esse carinho.



O Flamengo chegava à final, que seria disputada justamente contra o time que provocou o pedido de demissão do antigo treinador.









Na primeira perna do confronto, um atacante que viria a juntar-se ao Flamengo na temporada seguinte, o ponta-direita Marcelo Cirino, abre o placar aos 18 minutos de partida. No entanto, quando a primeira etapa se aproximava do fim, o volante Amaral acerta uma bomba de rara felicidade de fora da área. A bola vai no ângulo, indefensável para o goleiro Weverton. O jogo termina em 1 a 1, dando a vantagem de um empate sem gols no Maracanã para garantir o título ao Mais Querido.








Apesar disso, em sua casa, só a vitória interessava ao clube da Gávea. Um jogo completamente que estava dominado pelo time carioca, mas o gol teimava em não sair. As oportunidades foram se acumulando durante toda a primeira etapa e até o final da segunda. Mas o Flamengo tinha Paulinho e Elias. A parceria vinha dando certo durante toda a campanha, com passes, infiltrações, dribles, assistências e finalizações perfeitas. Foi em uma jogada pela esquerda, aos 42 minutos de partida, que o ponta rubro-negro deixou o camisa 8 na cara do gol, para abrir o placar e deixar o Flamengo com a mão na taça. A emoção toma conta do estádio.



O confronto já ia se encaminhando para o fim dos cinco minutos de acréscimo dados pelo árbitro. A Nação soltava o grito de "é campeão" a plenos pulmões. Mas faltava a cereja do bolo. Duas grandes atuações foram coroadas com um gol nos últimos segundos de jogo. Luiz Antônio, que seria eleito o melhor jogador da final, faz boa jogada pelo lado direito e cruza para Hernane. O artilheiro da competição marcaria seu oitavo gol com maestria. Após dominar a bola, o camisa 9 acerta um voleio lindo no canto do gol adversário. A festa tomou as ruas do Rio de Janeiro e do Brasil.










Naquela noite, no Maracanã, o Flamengo sagrava-se tricampeão da Copa do Brasil.




























FLAMENGO É HEXA!

Vencer, vencer, vencer; vencer, vencer, vencer

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois de 17 anos, o Flamengo volta a conquistar o Campeonato Brasileiro e é hexacampeão nacional 

 

Vencer, vencer, vencer, vencer, vencer, vencer
Depois de 17 anos, o Flamengo volta a conquistar o Campeonato Brasileiro e é hexacampeão nacional
Depois do Maestro Junior levantar a taça do Campeonato Brasileiro em 1992, foram 17 anos de espera até que os mais jovens rubro-negros pudessem comemorar um título nacional. Mas o destino caprichou na hora de levar novamente este troféu para a Gávea. Com os capítulos Quebra de Tabu, Técnico Ídolo da Casa, Craques Protagonistas de Volta, Coadjuvantes Brilhando, Torcida Jogando Junto, Maior Mosaico do Mundo e Gol do Título de Ronaldo Angelim foi escrito O Flamengo Hexacampeão.

Início da temporada
 
O ano de 2009 começou com a torcida pressionando o Flamengo por estar fora da Taça Libertadores da América, já que a equipe tinha terminado o Brasileirão 2008 em um frustrante quinto lugar, a apenas um ponto da zona de classificação. Mas é na adversidade que o Flamengo cresce e a pressão muitas vezes traz bons resultados ao time Mais Querido do Mundo. Naquele ano, pela primeira vez na história, o Mengo conquistaria o título nacional e o Campeonato Carioca na mesma temporada. O estadual deu o quinto tricampeonato ao clube e foi a 31ª conquista do Flamengo na competição, que passou a ser o maior vencedor da história do torneio. 
 
No primeiro jogo do ano, uma magra vitória por 1 a 0 sobre o Friburguense, no Maracanã. No segundo, mais três pontos sem sobras, com um 2 a 1 sobre o Bangu, em Volta Redonda. Mas depois de um janeiro com 100% de aproveitamento, março reservava uma surpresa desagradável. Nas semifinais da Taça Guanabara, em pleno sábado de carnaval, uma derrota de 3 a 1 para o Resende deixou um Maracanã lotado atônito. Na decisão do primeiro turno do Carioca, acabou dando Botafogo. Na Taça Rio, com raça e determinação - além de motivados pelo capitão Fabio Luciano, que havia comunicado sua aposentaria ao final do Carioca -, os rubro-negros ganharam força e retomaram o caminho das vitórias, chegando à decisão do segundo turno. O Alvinegro só precisava de uma vitória para levar o estadual, já que havia conquistado a Taça Guanabara. Mas deu Flamengo. O zagueiro alvinegro Emerson marcou contra e deu o gol da vitória ao Rubro-Negro, que disputaria mais um jogo com o rival para decidir a finalíssima do Estadual. Em um jogo emocionante, outro empate por 2 a 2, outra decisão por pênaltis e outra vitória do Mais Querido. Era o quinto tricampeonato estadual da história do clube, que conquistava seu 31º título estadual e assumia o posto de maior vencedor da história da competição.
 
Reformulação no futebol
 
A eliminação para o Internacional na Copa do Brasil, os rumores de crise entre treinador e jogadores e os resultados negativos que começaram a aparecer no Brasileirão resultaram em mudanças no futebol. Andrade assumiu o posto de treinador, inicialmente como interino, e Marcos Braz o de vice-presidente de Futebol. Ibson e Fabio Luciano precisavam de substitutos e jogadores lesionados precisavam de reposição. Chegaram David, Álvaro e Maldonado para o setor defensivo e Denis Marques e Gil para o ataque.

Deixou chegar
 
Com o decorrer da temporada, a equipe foi se acertando e embalou de vez com dez jogos de invencibilidade. Um pequeno susto na derrota para o Barueri interrompeu a sequência, mas que não foi obstáculo. Palmeiras, São Paulo, Atlético-MG, Grêmio, Cruzeiro... os adversários na luta pelo título tropeçavam e o Flamengo só subia na tabela, deixando de vez a proximidade com a zona do rebaixamento e começando um namoro sério com o G-4 - que virou casamento. Já firme na zona de classificação para a Libertadores, o que era sonho se tornou palpável: a briga nas três últimas rodadas era sem dúvidas pelo título.
Chegou a 36ª rodada. Flamengo x Goiás. Maracanã lotado, torcida em êxtase com o maior mosaico do mundo, São Paulo derrotado pelo Botafogo e a necessidade de apenas uma vitória para assumir a liderança. Se o início do jogo foi absolutamente fantástico no momento em que os milhares de braços se ergueram para lembrar que A Maior Torcida do Mundo Faz a Diferença, o apito final do juiz que decretou o empate sem gols foi um banho de água fria nos ânimos da Nação. Mas foi justamente o Goiás que, na rodada seguinte, acabou favorecendo o Flamengo: o Esmeraldino goleou o Tricolor Paulista por 4 a 2 no Serra Dourada, enquanto o Mengão bateu o Corinthians por 2 a 0, em São Paulo. A combinação dos resultados deixou o Rubro-Negro na liderança faltando uma rodada para o fim.

Que torcida é hexa
 
Cada minuto que separava a penúltima rodada da derradeira partida do Brasileirão parecia durar os 17 anos de espera desde o último título. O Brasil respirava Flamengo, que era mais assunto que sempre nas páginas dos encartes jornalísticos de esporte. Nunca demorou tanto para chegar domingo. E ficou reservado ao eterno camisa 6 da Gávea ser o técnico da conquista do sexto campeonato nacional no dia seis de dezembro.
 
Rio de Janeiro, Estádio Mário Filho, 17h. No placar, os nomes de Flamengo e Grêmio aguardavam quais seriam os números que completariam o letreiro ao apito final. Bola rolando, arquibancada com os nervos à flor da pele. Logo aos dois minutos, a bola passou perigosamente próxima à meta de Bruno. Do outro lado, Zé Roberto deu um lançamento magistral para Adriano, que desperdiçou. O sentimento de que ninguém tiraria aquele título do Flamengo era forte, mas, quando o cronômetro apontava os 21 minutos, Roberson cabeceou a bola alçada em cobrança de escanteio para abrir o placar para o Tricolor Gaúcho. Como doeu ver o balançar do Véu de Noiva. Enquanto os rubro-negros tentavam entender como aquilo poderia estar acontecendo, a bola ia de pé em pé no gramado, em busca do empate. E apesar de parecer que tinham se passado horas, apenas oito minutos depois Adriano recebeu dentro da área, disputou com o zagueiro e pediu pênalti. Mas o Imperador não precisava se preocupar: na sobra, o zagueiro David Braz arrematou de pé direito acertou no canto de Marcelo Grohe. Tudo igual no Maraca. Mas o primeiro tempo não terminou antes de mais um susto, afinal, está no Estatuto - só pode - que todo jogo do Flamengo tem função de teste cardíaco. Aos 41 minutos, o Grêmio balançou a rede mais uma vez, mas graças a São Judas Tadeu - e, é claro, ao mal posicionamento do ataque tricolor e à correta marcação de impedimento do auxiliar - não valeu. 
 
Na etapa complementar, Léo Moura, Petkovic e Adriano ficaram muito perto de virar o jogo. Mas foi de um zagueiro a honra de marcar o gol do título. Logo dele, cuja maior vaidade é ver o Flamengo vencer. Logo ele estaria eternizado na história do seu clube de coração como o autor do tento que decretou o hexacampeonato rubro-negro. Aos 24 minutos, o camisa 43 bateu o córner e, com a técnica que lhe é peculiar, fez a bola se encontrar com a cabeça de Ronaldo Angelim, o responsável por tirar da garganta de 84 mil pessoas o grito de gol mais aguardado do ano. Enquanto Pet dava uma cambalhota de felicidade na junção da linha lateral com a de fundo, o Magro de Aço comemorava seu feito com a espontaneidade de um torcedor. Se dependesse de qualquer flamenguista, o jogo acabava ali mesmo. Mas ainda tinham mais momentos de tensão previstos no regulamento... Até que o árbitro olhou para o relógio e viu que já tinham passado mais de 48 minutos do segundo tempo antes de soar o apito. Nessa altura, o coração já não cabia no peito e as lágrimas já não cabiam nos olhos, insistindo em fugir para perto do sorriso fácil e sincero de quem tem no Flamengo sua maior paixão.
 
Os heróis
 
Na lateral do campo, o primeiro negro campeão brasileiro como técnico. E não foi só assim que Andrade fez história. O Tromba foi eleito o melhor técnico do ano pela CBF, o quarto brasileiro a ser campeão do torneio como jogador e treinador e o primeiro a conseguir tal feito pelo Flamengo. Andrade sozinho era hexa: tinha cinco taças como atleta e mais uma agora como "professor". 

Petkovic voltou ao clube para acertar dívidas. Mas segundo ele próprio, em diversas entrevistas, voltou também para ser campeão. O craque sérvio soube ganhar seu espaço com a técnica apurada e rara categoria que fazem dele um dos maiores depois de Zico e foi o grande maestro do time naquele ano. Com o cabalístico 43 nas costas do uniforme, tirou onda com gol olímpico e de falta, assistências magistrais e passes açucarados para os companheiros, que subiram de rendimento ao seu lado. 

Já Adriano, sete anos depois de deixar a Gávea, rescindiu contrato com a Inter de Milão para assinar com seu time de coração e foi fundamental na conquista, sendo artilheiro do Brasileirão com 19 gols, empatado com Diego Tardelli. Ele só queria ser feliz. E sabia muito bem onde estava a felicidade.
 

O QUINTO TRI ESTADUAL

O quinto Tricampeonato Carioca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mais uma histórica para o Flamengo 

 

Foi um ano de muitas expectativas para o Mais Querido. Na temporada que havia se passado, uma conquista extremamente significativa. A campanha do Bicampeonato da Copa do Brasil foi incrível, conhecendo seu fim com uma vitória com autoridade sobre o Vasco, no Maracanã, com uma performance coletiva inesquecível.

Chega 2007 e a competição que abre a temporada é o Campeonato Carioca. Na estreia contra a Cabofriense, a impressão deixada pela equipe é das melhores. Uma confortável vitória por 2 a 0, no Maracanã. Logo na rodada seguinte, com destaque para a partida excelente de Renato Augusto, o triunfo foi de 2 a 1, sobre o Volta Redonda.

A terceira rodada chegou e a maior contratação do Flamengo para a temporada começou a mostra a que veio. Artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2006, marcando 16 gols pelo Goiás, o centroavante Souza fez o tento que deu a vitória ao time rubro-negro contra o Boavista. Após essa partida, ocorreu o primeiro clássico da temporada, contra o Botafogo.
Foi uma partida emocionante, com diversas alternâncias no placar. Obina abre o marcador na primeira etapa, mas vê o Botafogo conseguir o empate poucos minutos antes do intervalo. Os times voltam ao gramado com uma intensidade ainda maior. Dodô faz, de pênalti, o gol da virada alvinegra, até o empate em tento marcado por Ronaldo Angelim. O Botafogo toma novamente a dianteira do placar, mas com um golaço de Roni da números finais ao clássico. 3 a 3 em um jogo emocionante.

Terminada a primeira fase, era hora das semifinais da Taça Guanabara. O Flamengo encara o Vasco para ver quem encararia o Madureira na grande final. O artilheiro Obina abriu o placar logo no início da partida, porém, no lance do gol, sofreu uma grave contusão no joelho esquerdo e foi substituído. O time cruzmaltino conseguiu o empate ainda no primeiro tempo. Após a segunda etapa sem gols, a decisão vai para os pênaltis. Durante as cobranças, brilha o goleiro Bruno, que pega a batida do argentino Dudar. Souza cobra a última penalidade e o Flamengo vai para a final.

Na primeira partida da decisão, o Mais Querido perdeu para o Madureira por 1 a 0. No segundo jogo, o time do subúrbio carioca precisaria apenas de um empate para conquistar o título. Os jogadores do time tricolor deram várias declarações polêmicas durante a semana que antecedeu o confronto, o que inflamou o elenco do clube da Gávea. Souza inaugura o marcador no primeiro minuto de jogo. Dois minutos depois, o Madureira consegue o empate.
O que poderia desmotivar o time rubro-negro teve justamente o efeito contrário. O Flamengo cresce na partida e, contando com todo o incentivo que vinha das arquibancadas, tomou a dianteira do placar novamente com mais um gol de Souza. O tento da tranquilidade foi marcado por Renato Augusto após bela jogada individual, passando por vários defensores do Madureira. Ainda deu tempo para mais um, também de Renato, mas, dessa vez, em cobrança de pênalti. Essa foi a  17ª Taça Guanabara da história do Flamengo.

O Botafogo foi o adversário na grande final do Estadual.

O alvinegro fez um primeiro tempo impecável, abrindo 2 a 0. Na volta para a segunda etapa, os comandados de Ney Franco cresceram na partida e buscaram o empate com gols de Renato Augusto e Léo Lima. Já na partida que decidiria o título, o Maracanã estava tomado pela Nação. A festa era linda, com uma atmosfera positiva que contagiou a todos os atletas.

Os gols saíram apenas no segundo tempo. Souza abriu o placar aos 7 minutos, mas, aos 11', o Botafogo chega ao empate em cabeçada de Juninho. Quatro minutos depois, Dodô consegue a virada para o time alvinegro. Apesar das adversidades, os torcedores que estavam presentes não pararam de cantar por um segundo sequer. Foi então que, aos 27 minutos, Renato Augusto acerta uma bomba de rara felicidade de fora da área, marcando um verdadeiro golaço, levando o confronto para os pênaltis.
Nas cobranças, a estrela de Bruno brilha novamente. Logo nas duas primeiras cobranças, feitas por Lúcio Flávio e Juninho, o goleiro voa para realizar duas difíceis defesas. Léo Moura bateu a penalidade que deu o primeiro dos três títulos cariocas que viriam a se concretizar.
 

Em 2008, tem início a disputa do Campeonato Estadual. O Flamengo vence o Boavista por 2 a 0, repetindo o mesmo começo da temporada passada, novamente demonstrando um bom futebol. No entando, apesar da vitória, o Mais Querido vê o destaque da equipe sofrer uma grave contusão. Renato Augusto sofre um afundamento de ossos da face, que o levaria à sala de cirurgias e o deixaria afastado do time por alguns meses.

Na segunda partida, o Flamengo vence o Cardoso Moreira por 4 x 1. Na sequência, ocorreu o confronto contra o Duque de Caxias, que viu mais uma goleada rubro-negra, dessa vez por 5 a 1. O próximo resultado foi mais uma vitória do Mais Querido. 1 a 0 contra o Macaé, sem maiores dificuldades. Uma nova goleada é aplicada no América, por 4 a 0, e a primeira fase se encerra com triunfo sobre o Volta Redonda por 2 a 1. Com os reservas em campo na última rodada, pois já havia obtido a classificação e disputava a Libertadores simultaneamente, o Flamengo perde para o Fluminense, mas termina em primeiro do grupo.
Na semifinal da Taça Guanabara, novamente o encontro contra o Vasco. O capitão Fábio Luciano marca o primeiro tento da partida, após cobrança de falta precisa do lateral-esquerdo Juan. Logo em seguida, Ibson comete pênalti em Morais. A torcida vascaína chama por Edmundo, e o atacante atende. No entanto, a cobrança é defendida de forma magistral por Bruno, que vinha se especializando nesse quesito. Foi então que, aos 34 minutos, Léo Moura faz cruzamento milimétrico para Ronaldo Angelim, que cabeceia firme e dá números finais à partida que levou o Flamengo à final da competição.

A partida decisiva foi realizada no Maracanã, contra o Botafogo. O jogo começou muito equilibrado, porém sem muitas chances de gol. Até que, aos 27 minutos, Welington Paulista entra na defesa do Flamengo e chuta no canto do gol de Bruno, fazendo 1 a 0. No segundo tempo, Obina e Kleberson entram e mudam a cara do confronto. Fábio Luciano recebe pênalti atpós ser agarrado pelo defensor botafoguense dentro da área, que é batido com perfeição por Ibson. Diego Tardelli, que entrou em campo em seguida, marcou o golaço que valeu a conquista do primeiro turno.

Para a disputa da Taça Rio, o técnico Joel Santana resolve poupar vários titulares. No primeiro jogo, o Flamengo chega a estar perdendo de 2 a 0 para o Resende. Com uma grande reação, o time vira e vence por 4 a 2. Na rodada seguinte, o Mais Querido manda um time misto para enfrentar o Americano e consegue a  vitória por 3 a 1. A boa notícia ficou por conta do retorno de Renato Augusto à equipe, já recuperado da cirurgia na face.
Mais vitórias se seguiram até a final, novamente contra o Botafogo.

A primeira partida da grande decisão foi marcada pelo equilíbrio, com o primeiro tempo terminando sem gols. Para a metade final da partida, Diego Tardelli e Obina são postos em campo pelo treinador Joel Santana. E foi justamente deles a jogada que garantiu a vitória por 1 a 0.

No confronto derradeiro, Lúcio Flávio marca o primeiro gol da partida, aos 23 minutos da etapa inicial, após cobrança de falta. Com esse resultado, a decisão estava se encaminhando para as penalidades. No entanto, Obina e Diego Tardelli entrariam em campo para salvar o dia mais uma vez. Aos 4 minutos da metade final da partida, Juan cobra falta na cabeça de Obina, que manda no canto esquerdo e deixa tudo igual.

Depois que o Botafogo teve expulso Renato Silva, o Flamengo cresceu ainda mais na partida. Em mais uma jogada de Juan, Tardelli pega de primeira outro cruzamento milimétrico de Juan e acerta um chute preciso para virar a partida. E foi dele a jogada que resultou no gol que fechou a partida e deu o título para o Mais Querido, marcado por Obina.

O Rio de Janeiro era novamente rubro-negro.
e Juan. Em 29 de janeiro, foi a vez de encarar o Bangu, com mais um triunfo, dessa vez por 2 a 1. A seguir, o Flamengo vence o Volta Redonda por 1 a 0 com um gol marcado por Josiel aos 42 minutos do segundo tempo. O time mantinha os 100% de aproveitamento.

O Flamengo volta a jogar no Maracanã, onde enfrentou o Mesquita. Zé Roberto fez sua estreia pela equipe e, logo aos 6 minutos, fez seu primeiro gol vestindo o Manto Sagrado. Porém, o Mesquita empatou alguns minutos depois. Na segunda etapa, o técnico Cuca colocou em campo Éverton e Jônatas, que, contando com uma grande atuação de Ibson, fizeram com que o Flamengo dominasse a partida e vencesse por 4 a 1. O quarto gol foi marcado pelo goleiro Bruno, cobrando magistralmente uma falta. Era o seu terceiro gol com a camisa rubro-negra.

Apesar da derrota para o Resende na final da Taça Guanabara, o Flamengo buscou a recuperação no segundo turno do campeonato, alcançando a grande final da Taça Rio. Na decisão, o Mais Querido foi a campo para encarar o Fluminense, que tinha o franco favoritismo no confronto, com um time que contava com jogadores como Thiago Neves, Fred e o argentino Conca. O clube da Gávea mostrou uma determinação enorme e, mesmo com todas as adversidades, bateu o time tricolor por 1 a 0, com gol de Juan.

A grande final do Estadual marcaria o terceiro encontro seguido entre Flamengo e Botafogo.
A Nação ocupa novamente a maioria das arquibancadas e cadeiras do Maracanã. No início da partida, o Flamengo parte para cima do Botafogo. Aos 20 minutos, Juan é deslocado na área e é marcado pênalti. O próprio camisa 6 bate e marca 1 a 0. Ainda na primeira etapa, o time alvinegro consegue a virada com tentos marcados por Juninho e Reinaldo.

Para a metade final do jogo, Everton Silva e Erick Flores entram nos lugares de Léo Moura e Zé Roberto. Quando a torcida do Flamengo já estava achando que a derrota era certa, ocorre um lance incrível. Aos 39 minutos, Willians tromba com o lateral Gabriel, mas consegue se levantar e partir para a grande área com a bola. Ele dribla o defensor alvinegro e, mesmo desequilibrado, chuta a bola. O jogador Emerson, zagueiro do Botafogo, manda a bola para as suas próprias redes. A torcida do Flamengo vai ao delírio e tenta levar o time a uma virada, que acaba não acontecendo. A decisão ficaria para o próximo domingo.

Foi emocionante mais uma vez, do jeito que só o Flamengo sabe fazer.

O jogo era muito amarrado, mas aos 19 minutos o Flamengo chega ao seu gol. Tudo começa com um cruzamento de Ibson pela esquerda. A bola é cabeceada para cima pela zaga do Botafogo e sobra para Kleberson, que toca de cabeça, encobrindo o goleiro Renan e morrendo no fundo das redes. A partida continua com o Flamengo melhor em campo. Aos 38 minutos, Erick Flores se esforça para não deixar a bola sair pela lateral e toca para Juan, que é derrubado. A falta é um pouco distante do gol. Ibson toca de lado para Kleberson, que manda uma bomba. A bola desvia na perna de Alessandro, do Botafogo, e toma um efeito, toca na trave e entra.
No entanto, ainda era cedo para comemorar. O time alvinegrou consegue o empate na segunda etapa levando a disputa para as cobranças de pênalti.

E a decisão começa com Kleberson fazendo 1 a 0. Léo Silva empata logo depois. A seguir, Juan faz 2 a 1. Na segunda cobrança do Botafogo, Juninho solta uma bomba no meio do gol e Bruno defende com os pés. Na próxima cobrança, Airton cobra com categoria e faz 3 a 1. Gabriel diminui para o Botafogo. Leonardo Moura marca 4 a 2 e deixa o Flamengo com a mão na taça. A torcida fica na expectativa de Bruno defender o pênalti de Leandro Guerreiro e o Flamengo se tornar tricampeão. Bate um silêncio no Maracanã. Leandro Guerreiro parte para a bola e chuta no canto direito de Bruno, que voa e faz a defesa.

Uma explosão toma conta do Maracanã e das ruas da cidade. Pela quinta vez, o tricampeonato carioca é do Flamengo.

CAMPEÃO DA COPA DO BRASIL PELA SEGUNDA VEZ

Copa do Brasil de 2006, vitória sobre o maior rival na final

 

 

 

 

 






Rubro-Negro sagrou-se bicampeão do torneio ao derrotar o Vasco no placar agregado por 3 a 0

O rubro-negro é um vitorioso por natureza. São poucos os dias do ano em que aqueles que fazem parte da Maior Torcida do Mundo passam sem comemorar a memória de algum título. Em 2006 não foi diferente, o Mengão conquistou a Copa do Brasil em cima do maior rival num placar agregado de 3 a 0.

No dia 26 de julho daquele ano, Flamengo e Vasco se enfrentaram pela segunda partida da final. E, como acontece em decisões desde 1988, o Mais Querido bateu o rival e levantou a taça. Um gol do lateral-esquerdo Juan, em chute firme da entrada da área, foi o suficiente para selar a vitória. Relembre:

Uma semana antes, o Rubro-Negro já havia deixado o título encaminhado. Obina marcou um golaço, Luizão completou o placar e o Flamengo terminou a primeira partida, diante de um Maracanã lotado, vencendo por 2 a 0.
 
O Flamengo não teve vida fácil na trajetória para o título. Alcançou goleadas, mas enfrentou rivais tradicionais e precisou batalhar por cada resultado.

Contra o ASA, na primeira fase, sustos. O Mais Querido saiu atrás no placar nas duas partidas. Na primeira, Ronaldo Angelim empatou e tudo acabou igual: 1 a 1. Na volta, Renato Silva e Horacio Peralta marcaram os gols que levaram o Flamengo à rodada seguinte.

Na próxima fase, outro rival do Nordeste: o ABC, de Natal. Sob comando de Waldemar Lemos, o Flamengo conquistou vitória magra no Frasqueirão: 1 a 0, gol de Ronaldo Angelim. Na volta, o Rubro-Negro se impôs. Renato (2), El Tígre Ramírez e Luizão marcaram e o placar ficou em 4 a 0.

O campeão brasileiro de 1978 foi o adversário da próxima fase. O Flamengo teve, no jogo de ida contra o Guarani, seu melhor resultado na competição. O Maracanã assistiu Luizão, Léo Moura, Renato Abreu, Obina e Juan balançarem as redes e o Mengão golear: 5 a 1. Na volta, a derrota por 1 a 0 ficou longe de tirar o time das quartas de final.
 
Desta vez em um clássico interestadual, o Maracanã lotou mais uma vez para empurrar o Mais Querido. Contra um rival dificílimo - o Atlético-MG -, o Flamengo não se intimidou e, mais uma vez, goleou. Dois gols de Renato, um de Obina e um de Jônatas credenciaram o Rubro-Negro para a partida de volta. No Mineirão, um 0 a 0 garantiu a vaga nas semifinais. 

No último desafio antes da decisão, o adversário foi a grande surpresa do torneio. O Ipatinga chegou à semifinal após bater clubes tradicionais, como Santos, Fortaleza e Botafogo. Na casa do rival, o Flamengo ia garantindo uma grande vantagem para a volta. Obina marcou ainda no primeiro tempo e o placar mostrava a vantagem por 1 a 0, mas Camanducaia igualou já nos acréscimos da etapa final. Foi do mesmo Camanducaia o gol que assustou o Maracanã no jogo de volta. Aos dez minutos, a equipe mineira abriu o placar. Mas a Nação Rubro-Negra não teve tempo de lamentar. Quatro minutos depois, Marcelinho empatou. E, no segundo tempo, Renato Abreu garantiu o Rubro-Negro na final.

Na decisão, um clássico. Que o Flamengo não perdia - e segue sem perder em decisões - desde 1988. Deu a lógica: Flamengo campeão.
 

O QUARTO TRI ESTADUAL

A camisa pesou

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Flamengo venceu estadual por três anos seguidos contra o mesmo rival


A década, o século e o milênio chegavam ao fim. O mundo passava por grandes transformações. O surgimento da internet dava início à era da informação, mudando dinâmicas, processos e relações em todo o mundo. Mas uma coisa não mudava: o Flamengo conquistava títulos.


O Rubro-Negro conseguiu a façanha de se tornar simultaneamente o último campeão carioca da década de 90, do século XX e do segundo milênio e o primeiro time a triunfar no estado na década de 00, no século XXI e no terceiro milênio.


Isto tudo com um belíssimo tricampeonato conquistado em três anos diferentes, mas sobre o mesmo rival: o Vasco.

Tudo começou em 1999. Os rivais decidiram a Taça Guanabara. Athirson e Romário marcaram para o Mais Querido. Odvan diminuiu, mas deu Flamengo. O cruzmaltino deu o troco na final da Taça Rio, o segundo turno do estadual. Depois de decidir os dois turnos, o clássico seria agora cenário para a decisão do campeonato carioca.



Mesmo com desfalques importantes, o Flamengo empatou no jogo de ida em 1 a 1. O alvinegro abriu o placar, mas Fábio Baiano marcou gol. No jogo de volta, um gol de falta fez a diferença. O 0 a 0 marcava um jogo tenso. No segundo tempo, o prata da casa Rodrigo Mendes partiu para a cobrança de bola parada na frente da área. O tiro rasteiro entrou no canto e foi o único gol da partida. Flamengo campeão.



No ano seguinte, o craque Romário mudou de lado. Mas nem isso foi possível para virar o jogo a favor do Vasco. Parecia que o título da Taça Guanabara, com goleada sobre o Rubro-Negro na final, era o primeiro passo de uma conquista certa. Mas o jogou virou. O Flamengo cresceu durante a Taça Rio e levou o título, chegando a mais uma decisão.

O primeiro jogo foi um passeio rubro-negro. O Vasco se defendeu. Mas Athirson abriu o placar com chute de fora da área. Fábio Baiano aumentou o placar com bela cobrança de falta e Beto fechou o placar aproveitando bola ajeitada por Lúcio. No segundo jogo, Viola abriu o placar e o Vasco acreditou na virada da vantagem. Mas Reinaldo empatou e Tuta fez o segundo. No placar agregado, 5 a 1 - placar da final da Taça Guanabara. Em uma demonstração da superioridade rubro-negra, Beto repetiu as embaixadinhas feitas por Pedrinho no título do primeiro turno. Só que, em uma adaptação do ditado, quem faz embaixadinhas por último, faz melhor. Flamengo último campeão do milênio.




Foram dois anos perdendo a final para o Flamengo. O Vasco ganhou o Brasileiro, a Libertadores… Mas não o Carioca. Sempre a pedra rubro-negra no sapato. E o cruzmaltino chegou a 2001 com total concentração para acabar com esta sina.





O Flamengo se garantiu na final logo no primeiro turno, ao vencer o Fluminense. A decisão foi emocionante. O empate por 1 a 1 levou o jogo aos pênaltis. Cássio bateu com tanta força que nem a defesa do goleiro foi capaz de impedir a bola de pegar um efeito inacreditável e entrar. O Cruzmaltino conseguiu ganhar a Taça Rio, se credenciando a mais uma decisão. Era a chance da vingança.





O Flamengo sofria com divergências internas no elenco, mas se uniu para a decisão. O Vasco saiu na frente, ganhando o primeiro jogo por 2 a 1. Podendo até perder o segundo jogo, o adversário se aproveitou da vantagem e abusou das provocações na semana anterior ao jogo final.





Edilson, o Capetinha, botou o Mais Querido à frente. O Vasco empatou. Novamente, Edilson botou o Flamengo na frente. A vantagem era vascaína, que tinha a melhor campanha. E levava o título até os 43 minutos, quando Petkovic provocou um milagre e fez um dos gols mais bonitos da história rubro-negra.





Pelo terceiro ano, o Flamengo foi campeão. Pelo terceiro ano, a camisa pesou.
 

CAMPEÃO DA MERCOSUL DE 1999

Mercosul 1999

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

De desacreditado a campeão

Em 1999, o Flamengo superou os adversários e a desconfiança para conquistar a Copa Mercosul, em uma decisão de tirar o fôlego. O primeiro duelo foi no Maracanã, com sete gols marcados: quatro para o Rubro-Negro e três para o Palmeiras. No Palestra Itália, empate heróico com gol de Lê, que tinha entrado no final da partida, calando a torcida alviverde. Depois de começar perdendo por 1 a 0, o Mais Querido virou para 2 a 1, sofreu a virada para 3 a 2, mas conseguiu deixar tudo igual e levantar a taça. O time que entrou em campo tinha  Clemer, Maurinho, Célio Silva, Juan e Athirson; Leandro Ávila, Marcelo Rosa (Lê), Leonardo Inácio (Rodrigo Mendes) e Caio (Iranildo); Leandro Machado e Reinaldo, treinados pelo saudoso Carlinhos Violino.

Regulamento
 
A Copa Mercosul de 1999 foi disputada por 20 clubes, divididos em cinco grupos de quatro times cada, com turno e returno. Os vencedores de cada grupo e os três melhores segundos colocados classificaram-se para as quartas de final e os vencedores das quartas para as semifinais, decididas em dois jogos - um em casa, outro fora. A final poderia ser decidida em até três partidas, dependendo dos resultados dos dois primeiros jogos. 

O Mais Querido disputou a competição pela segunda vez naquele ano e levantou a taça com uma campanha 'a la Flamengo': cheia de emoção e superação. Na primeira fase, o time se manteve em segundo lugar, mas como somente os três melhores segundos colocados passariam às quartas de final, houve uma disputa com dois grandes adversários para seguir na Mercosul: Corinthians e Boca Juniors. Com uma vitória por 2 a 0 do Alvinegro Paulista sobre o Vélez Sarsfield, o Rubro-Negro precisaria vencer seu jogo por no mínimo quatro gols de diferença para não depender do resultado da equipe argentina.

Com essa condição, o desacreditado Flamengo entrou em campo contra a Universidad de Chile e nem deu bola para os críticos e secadores de plantão: atropelou os chilenos com uma acachapante goleada por 7 a 0 - com quatro gols de Romário - e mostrou que estava mais vivo do que nunca na competição. Nas quartas, o Mais Querido não teve dificuldade para eliminar o Independiente com um empate por 1 a 1 e mais uma goleada, por 4 a 0. Na semi, a vitória por 3 a 0 no primeiro duelo contra o Peñarol compensou a derrota por 3 a 2 no segundo. Na final 100% brasileira, contra o Palmeiras, então campeão da Libertadores, deu Mengão.

SOB A BATUTA DO MAESTRO - FLAMENGO É PENTA

1992: com Maestro Junior, Flamengo chega ao Penta

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Conquista foi marcada pela categoria do veterano jogador

 
Assim como em 1987, o título de 1992 contou com um veterano campeão do Mundo como líder de uma nova geração. Desta vez, o destaque foi Júnior, que retornara dois anos antes da Itália, motivado pelo desejo de ter seu filho o assistindo jogar com o Manto Sagrado. O Vovô Garoto, que era lateral esquerdo em sua primeira passagem pela Gávea, passou a jogar no meio-campo e ser chamado de Maestro. Além da categoria em campo e da precisão nas cobranças de falta, Júnior foi importante também passando sua experiência para garotos como Júnior Baiano, Gelson, Rogério, Piá, Nélio, Marquinhos, Marcelinho, Djalminha e Paulo Nunes.

A final foi contra o Botafogo, que vinha de melhor campanha nas primeiras fases - mas não resistiu à grande atuação rubro-negra na primeira partida, vencida por 3x0. Júnior e Júlio César marcaram os gols no segundo jogo, que terminou 2x2 e selou a conquista. Carlinhos, campeão em 1987, novamente era o treinador. Em 19/7/1992, o Flamengo conquistou o penta jogando com Gilmar, Charles Guerreiro, Wilson Gottardo, Gelson e Fabinho (Mauro); Uidemar, Júnior e Zinho; Julio César, Gaúcho (Djalminha) e Piá. O artilheiro do time foi Júnior, com nove gols.

Campeão pela primeira vez (INVICTO)

1990: a primeira Copa do Brasil do Flamengo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com campanha irrepreensível, o Mengão conquistou o primeiro título da competição

Nos primórdios de sua existência, a Copa do Brasil era realizada com apenas 32 clubes. Campeões e vices estaduais de alguns estados, apenas os campeões de outros, numa competição enxuta e complicada. O Flamengo conseguiu a classificação pelo vice-campeonato estadual de 1989.

Na primeira fase, o adversário foi o Capelense, campeão alagoano. Em dois jogos, o Flamengo conquistou a vaga vencendo por 5 a 1 e 4 a 0. Nesta época, não existia a regra de eliminar o jogo de volta em caso de vitória por dois ou mais gols de diferença.

Classificado, o Mais Querido encarou o Taguatinga-DF na fase seguinte. Vitória por 2 a 0 e empate por 1 a 1 garantiram a vaga nas quartas de final.
 
Depois de bater o Bahia nas quartas (1 a 1 e 1 a 0) e o Náutico na semifinal (3 a 0 e 2 a 2), a equipe dirigida por Jair Pereira enfrentou o Goiás na decisão. O zagueiro Fernando fez o gol da vitória no jogo de ida, em Juiz de Fora (MG), e com isso os rubro-negros jogariam pelo empate na partida decisiva, em Goiânia.

E foi mesmo com o empate que o título foi definido. Diante de mais de 45 mil pessoas no Serra Dourada, o Flamengo segurou o 0x0 que garantiu a conquista invicta: foram 6 vitórias e 4 empates. O centroavante Gaúcho foi o artilheiro do time, com cinco gols. Esta foi a primeira conquista de Júnior em sua segunda passagem pelo Flamengo, após retorno da Itália, motivado pelo desejo de que seu filho o visse atuando com o Manto Sagrado.

Na partida decisiva, o time atuou com Zé Carlos; Aílton, Vitor Hugo, Rogério e Piá; Uidemar, Júnior e Bobô (Nélio); Renato Gaúcho, Gaúcho (Marquinhos) e Zinho.
 

É TETRA!

1987: O Flamengo conquista o quarto título Brasileiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Não importa o que digam, no campo a conquista foi do Mais Querido

Havia um clima de incerteza em torno da realização do Brasileiro de 1987. Com o risco da competição não acontecer por falta de recursos, os maiores clubes do país se uniram e acabaram organizando o campeonato de maior sucesso até então, com grande média de público e uma enorme repercussão entre os torcedores. E o quarto título do Flamengo veio de forma emocionante.

Zico convivia com problemas físicos desde a grave contusão que sofreu pouco após seu retorno da Itália, em 1985. Ainda assim, teve forças para liderar uma equipe com veteranos e jovens de enorme talento. Renato Gaúcho, contratado com destaque junto ao Grêmio, completava a fórmula vencedora. Apesar de hoje chamar atenção a escalação, em que nove dos titulares disputaram Copas do Mundo, à época o Flamengo foi visto como azarão durante boa parte da competição - mas eliminou o favorito Atlético-MG nas semifinais e bateu o Internacional na decisão.


Atlético-MG e Flamengo protagonizaram um jogo eletrizante na decisão da vaga para a final. O Flamengo venceu o primeiro jogo por 1 a 0 e tinha vantagem. O Atlético contava com um Mineirão lotado para avançar. Assim, partiu para cima e pressionou muito o Mengão no início da partida.
Entretanto, aos 22 minutos, Zico encontrou Bebeto pelo lado direito. O atacante, ainda um garoto franzino, fez belo cruzamento para o Galinho que testou para abrir o placar. Nove minutos depois, o Galinho achou Renato, que puxou lindo contra-ataque. O cruzamento não foi impecável, mas a defesa atleticana se enrolou. Bebeto conferiu e fez 2 a 0.


O segundo tempo seria complicado. Mas antes disso, invasão em campo e agressão a Leandro. Com tudo controlado, Paulo Roberto dá entrada criminosa em Zico e é expulso.


Mas a reação atleticana veio. O Flamengo desperdiçara diversas chances de matar a partida e o Atlético conseguiu marcar o primeiro gol com Chiquinho, após cobrança de pênalti, aos 15 minutos. Quatro minutos depois, Sérgio Araújo costurou toda a zaga rubro-negra, bateu e empatou o placar. A decisão ficou eletrizante.


O Atlético teve a oportunidade para virar a partida, em boa enfiada de bola que Renato, atacante atleticano, recebeu. Ele bateu forte, rasteiro, mas com os pés Zé Carlos fez a defesa.


O momento épico aconteceu aos 34 minutos, a 11 do fim. Roubada de bola e Renato Gaúcho arranca sozinho, ele contra a marcação. Deixa o zagueiro para trás, escapa do pênalti, corta o goleiro João Leite e marca o terceiro e decisivo gol. Uma partida histórica, que não sucinta dúvidas de qual era o verdadeiro o campeonato, quem se sagraria o verdadeiro campeão.
 
Decisão


Após empate em 1x1 no Beira-Rio, o time de Carlinhos - que foi campeão carioca pelo Flamengo em 1963 e 1965 jogando pelo meio-campo e assumiu como treinador durante o campeonato - venceu a última partida por 1x0 no Maracanã, com gol de Bebeto. No dia 13/12/1987, o Flamengo entrou em campo de baixo de chuva para ser tetracampeão brasileiro com Zé Carlos, Jorginho, Leandro, Edinho e Leonardo; Andrade, Aílton e Zico (Flávio); Renato Gaúcho, Bebeto e Zinho. O artilheiro da campanha foi Bebeto, com 6 gols. 
 

O TRI NACIONAL







O tri nacional

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com direito a goleada na decisão


O Flamengo vivia seu auge. Nos três anos anteriores, havia conquistado dois campeonatos brasileiros, uma libertadores e um mundial. O posto de time a ser batido era rubro-negro. O clube iniciou a disputa com mudanças em relação aos elencos campeões nos anos passados.
Entre os principais jogadores, Tita e Nunes deixaram o Flamengo. Chegaram outros grandes atletas, como Baltazar, Robertinho e os jovens Júlio César Barbosa e Bebeto, promovidos das categorias de base.
A fórmula do certame foi semelhante à dos anos anteriores. Na primeira fase, os 44 times participantes foram divididos em grupos com 5 integrantes cada. Depois de se enfrentarem em turno e returno, os três primeiros avançaram para uma segunda fase de grupos. Se juntaram a eles os quatro melhores colocado da segunda divisão - a Taça de Prata - e quatro vencedores da repescagem entre os quartos colocados. Os clubes foram divididos em grupos com quatro integrantes cada. Novamente, confrontos em turno e returno. Os dois primeiros colocados de cada um dos oito grupos se classificaram a uma terceira fase de grupos, divididos em quatro grupos de quatro times cada. Finalmente, os dois primeiros colocados dos grupos da terceira fase passaram à fase de mata-mata, onde jogaram quartas, semi e final.
 
A disputa começou com vitória convincente sobre o Santos. O estreante Baltazar fez o segundo gol, depois que Zico abriu o placar. Ao bom resultado, se sucederam dois tropeços. O Flamengo empatou com Moto Club-MA e Rio Negro-AM, em ambas as oportunidades por 1 a 1. Em mais um confronto no norte do país, o Paysandu não foi páreo para aquele time, que se recuperou com boa vitória por 3 a 1. Os empates do primeiro turno foram devolvidos com juros. O Moto Club tomou 5 a 1 e o Rio Negro, 7 a 1. Foram duas goleadas para reafirmar a força do Flamengo, com grandes atuações coletivas. Baltazar se adaptou rapidamente ao time e fazia muitos gols. Adílio, Zico e Andrade mantinham a classe de sempre. Depois de vencer novamente o Paysandu por 3 a 2, o Rubro-Negro foi ao Morumbi e, frente ao forte Santos de Paulo Isidoro, Pita e Serginho, acabou perdendo pelo mesmo placar. Mesmo assim, passou confortavalmente de fase, na segunda colocação.

Para a segunda chave do campeonato, o Flamengo foi sorteado no grupo com Americano, Palmeiras e Tiradentes-PI. O Rubro-Negro estreou vencendo a equipe piauiense na casa do adversário. Zico fez dois belos gols, Andrade completou o placar e o Fla fez 3 a 1. O placar foi o mesmo no jogo contra o Palmeiras, mas contra o Mais Querido.

O Mengão se recuperou com boa vitória sobre o Americano, por 3 a 0. O Tiradentes foi derrotado mais uma vez, agora no Maracanã. Depois de empatar com o Palmeiras e com o Alvinegro de Campos, o Flamengo se garantiu na segunda colocação e passou à terceira fase.

O grupo, desta vez, era formado por Corinthians, Goiás e Guarani. Depois de vencer Goiás e empatar com o Goiás, o Mais Querido estreou seu novo treinador: Carlos Alberto Torres. O Capita teve um começo dos sonhos. No Maracanã, o Flamengo goleou o Corinthians por 5 a 1. No encontro entre dois dos maiores ídolos do futebol na época, Zico triunfou sobre Sócrates. O Galinho balançou as redes duas vezes. No primeiro, recebeu lindo passe de chaleira de Júlio César e mandou pro gol. No segundo, cobrou falta e mandou a bola com muita força, rasteira, no canto oposto. O placar ficou ainda mais elástico com Adílio. O Rubro-Negro já dominava o jogo e, após bela troca de passes, Baltazar fintou e cruzou. Lá estava o Brown, que botou para dentro. Mozer acertou belo cabeceio, sem nenhuma chance para o goleiro, e fez 4 a 0. Para fechar o caixão, Élder recebeu lançamento perfeito de Zico, deu drible genial em Leão e fez o quinto. O Corinthians diminuiu no fim do jogo, mas o estrago estava feito. 


A confirmação da vaga na fase de mata-mata veio com vitória por 2 a 0 sobre o Guarani. Em seguida, empatou mais uma vez com o Goiás, que ficou na segunda colocação, e perdeu para o Corinthians. 

Chegava a hora da verdade no Brasileirão. E o Flamengo decidiria seu primeiro mata-mata logo contra um gigante rival: o Vasco. O duelo de dois timaços. O Cruzmaltino tinha em Roberto Dinamite seu maior craque e não foram jogos fáceis. Cada partida das quartas de final foi presenciada por mais de 110 mil pessoas no Maracanã.

O jogo de ida foi melhor para o Flamengo. Após belíssima troca de passes, Adílio surgiu frente a frente com o goleiro e botou a bola no canto para abrir o placar. O rival conseguiu empatar ainda no primeiro tempo. Mas ali estava um time destinado ao título. Na segunda etapa, o zagueiro Marinho subiu pela direita, aplicou belo chapéu e cruzou. O goleiro vascaíno falhou e a bola chegou a Júlio César, que só precisou de um toque para botar para dentro.

Na volta, prevaleceu a garra rubro-negra. O Vasco abriu o placar no primeiro tempo e ia revertendo a vantagem conquistada pelo Flamengo. Aos 44 do segundo tempo, já no fim, um contra-ataque. Élder tocou de calcanhar, Adílio avançou e, quando o goleiro saiu, tocou para Zico, que não desperdiçou. O cracaço deu mais uma demonstração de seu amor pelo vermelho e preto na comemoração, extravasando sua alegria e ajoelhando na bandeira de escanteio. O empate levou o Flamengo à semifinal.

Um confronto de rubro-negros antes da final. O adversário foi o Atlético-PR, que tinha na dupla Assis e Washington sua base. No jogo de ida, o Flamengo fez valer da sua força e da torcida de mais de 100 mil pessoas no Maracanã. O 3 a 0, com dois de Zico e um de Vitor, deram uma bela vantagem. Na volta, dois gols rápidos de Washington deram um susto no Mais Querido. O Furacão pressionava e o que parecia impossível estava cada vez menos difícil. Mas a pressão da equipe paranaense não foi suficiente e a vaga na final ficou com o Rubro-Negro carioca.

E o Brasileirão terminaria com o mesmo confronto que o iniciou. O Flamengo enfrentaria o Santos na decisão. 

O Morumbi foi lotado por mais de 114 mil espectadores para o primeiro jogo. O Flamengo começou criando as primeiras chances, mas não abriu o placar. Com 25 minutos de jogo, Camargo cobrou escanteio, a zaga afastou e Pita fez um golaço, com chute indefensável da entrada da área. O Santos aumentaria sua vantagem no segundo tempo. Serginho Chulapa aproveitou rebote e fez 2 a 0. Pouco depois, Baltazar diminuiu. Após bagunça na área, Adílio tentou fazer e a bola ia nas mãos do goleiro Marola, mas Baltazar conseguiu desviá-la de cabeça.
A vantagem mínima do Santos animou a torcida rubro-negra. O Maracanã recebeu 155.253 pessoas para o jogo decisivo - o maior público da história do campeonato brasileiro. Logo no primeiro lance, em grande jogada coletiva, a bola chega ao ataque. Júlio César dribla Toninho Oliveira e cruza. Baltazar é travado na hora do chute, Marola defende o rebote de Júnior, mas comete erro fatal: solta a bola no pé de Zico, que consegue botar para dentro. Um gol cedo para acabar com a superioridade adversária no placar era o que o Flamengo mais precisava e aquilo animou os rubro-negros.

O que se segue é uma das maiores atuações da história rubro-negra. O Santos não consegue respirar no Maracanã. O Flamengo domina todas as ações com a qualidade de seus jogadores e a força da sua torcida. Adílio aparece com sua qualidade absurda em um nível sobrehumano, ditando o ritmo do jogo. No fim da primeira etapa, Zico cobra falta da lateral da área e Leandro acerta cabeceio muito forte e estufa as redes mais uma vez. 2 a 0 e o título cada vez mais perto. O lateral quase fez o terceiro gol do Flamengo no lance seguinte, mas chutou no travessão. Mas o autor do tento final tinha que ser o camisa 8.

Depois de um segundo tempo em que o Santos ensaiou uma reação, impedida pela defesa rubro-negra, já no fim do jogo Robertinho passa pela direita, ganha a bola, dribla bonito e cruza com muita categoria. Adílio se joga de peixinho e bota para dentro - um dos lances mais emblemáticos da história do Flamengo. O Neguinho Bom de Bola saiu em disparada, comemorando com os braços abertos, como que tentando abraçar todos aqueles rubro-negros que comemoravam nas arquibancadas a conquista do terceiro título brasileiro.

O SEGUNDO TÍTULO NACIONAL



A segunda conquista nacional

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

Depois de ganhar o Mundial, Flamengo emendou título do Brasileiro


Foram poucos dias de descanso. Em dezembro, o Flamengo batia o Liverpool por 3 a 0 e conquistava o Mundial. No dia 20 de janeiro - pouco mais de um mês depois -, iniciava a trajetória no Brasileirão de 1982. E aquele timaço aguentou a pressão.

Em 1981, o único título que escapou ao Mais Querido foi o do Campeonato Brasileiro. Derrotado nas quartas de final pelo Botafogo, o Flamengo foi campeão do estadual, da Libertadores e do Mundial. E o elenco iniciava 1982 com vontade de corrigir este tropeço.
A estreia não poderia ter sido melhor. Com o Maracanã lotado para receber os campeões mundiais, o time comandado por Carpegiani enfrentou o São Paulo. E tomou um susto. Serginho marcou dois gols e os times foram para o intervalo com vantagem para o adversário: 2 a 0. Mas nada era impossível para aquele timaço rubro-negro. No segundo tempo, veio a reação. Zico tabelou, invadiu a área e chutou forte para diminuir. O empate veio aos 25 minutos. Andrade chutou no canto. Quando a rede balançou, era questão de tempo até a virada rubro-negra. E ela veio. Júnior passou pela esquerda e cruzou como sabia. Milimétrico. Zico subiu e, de cabeça, fez o terceiro. Uma vitória para começar o Brasileiro com o pé direito.
Aqui, explica-se: A fórmula de disputa do certame era diferente. Os 40 times da primeira divisão foram divididos em oito grupos, com cinco times em cada. Todos se enfrentaram em turno e returno. Os três primeiros colocados de cada grupo passaram para uma segunda fase, onde se juntaram aos quatro times vindos de repescagem e aos quatro primeiros colocados da Série B - então chamada Taça de Prata. As 32 equipes foram então divididas em oito grupos, com quatro integrantes em cada. Depois de mais uma série de confrontos em turno e returno, os dois primeiros colocados de cada grupo passaram à fase decisiva, que foi decidida em mata-mata.
 
A emoção não acabou na primeira rodada. Logo em seguida, no Arruda, um jogaço contra o Náutico. Os muitos gols são reflexo do futebol apresentado pelas duas equipes. Leandro marcou o primeiro gol com chutaço no ângulo. O time da casa empatou graças a gol contra após confusão em escanteio. Hêider fez um golaço de falta e botou o Alvirrubro Pernambucano na frente. E tudo parecia perdido quando, logo depois, o mesmo Hêider subiu de cabeça para fazer 3 a 1. Mas, como ficou provado contra o São Paulo, nada nunca é impossível para o Flamengo. Batendo falta da lateral da área, Zico botou a bola na cabeça de Lico, que diminuiu. O favor foi devolvido logo em seguida. O Camisa 10 da Gávea recebeu lindo passe de Lico, passou por trás da defesa, fintou o goleiro e bateu no canto: 3 a 3. A segunda virada em duas rodadas seria selada com 75 minutos de jogo. E se o Náutico fez um golaço de falta, o Flamengo também queria um. Zico não deixou barato: com sua tradicional categoria, cobrou bola parada da entrada da área e não deu nenhuma chance para o goleiro. Gol de craque. Gol da virada. Gol da vitória.

Depois de vencer o Náutico, o Flamengo teve compromissos mais tranquilos contra outras equipes do nordeste. O Ferroviário-CE sofreu 5 a 0 no Maracanã e o Treze-PB perdeu por 3 a 0. No returno do grupo, mais vitórias rubro-negras. 3 a 1 sobre o Treze e 2 a 1 sobre o Ferroviário. O Náutico estragou os 100% de aproveitamento com um empate por 1 a 1 em pleno Maracanã. Na rodada final, no Morumbi, mais um jogaço entre dois times repletos de craques - e mais uma tarde de emoções.

O São Paulo de Waldir Peres, Dario Pereyra, Marinho Chagas e Serginho Chulapa recebia o Flamengo disposto a não deixar o cenário da rodada de abertura se repetir. Mas...

Renato abriu o placar para o Tricolor logo aos oito minutos. Caminho aberto para uma vitória fácil? Que nada. Nunes e Lico, dois especialistas em balançar as redes, viraram para o Flamengo ainda na primeira etapa. Com quatro minutos do segundo tempo, Tita fez mais um. Seis minutos depois, foi a vez de Zico. 4 a 1. O São Paulo ensaiou uma reação e evitou a goleada graças a gols de Dario Pereyra e Éverton, mas a vitória ficou mesmo com o Mais Querido.

O Flamengo chegou voando à segunda fase. Invicto, foi sorteado em um grupo com gigantes: Atlético-MG, Corinthians e Internacional. A estreia na etapa foi contra o esquadrão corinthiano de Sócrates, Wladimir e Casagrande. No Morumbi, o empate em 1 a 1 evidenciou o equilíbrio e a força dos dois times, com Wladimir e Zico balançando as redes.

Ao empate, se seguiu um jogo que representava simplesmente a reedição de tantos confrontos recentes. Flamengo e Atlético-MG decidiram o Brasileirão dois anos antes e, em 1981, tiveram históricos e equilibrados jogos pela Libertadores. No Maracanã, mais uma virada.

O Galo parecia estragar a festa dos milhares de rubro-negros presentes ao abrir o placar. Éder cobrou falta com categoria. A bola bateu na trave e voltou nos pés do artilheiro Reinaldo, que não perdoou. O empate viria em jogada de bola parada. Júnior cobrou falta na área, Mozer tentou marca de cabeça e, quando parecia que João Leite encaixaria a bola, Adílio apareceu para desviar para o fundo do gol. O virada veio de quem era mais acostumado a impedir gols do que a marcá-los. Júnior cobrou escanteio, Moze subiu mais que a defesa e, de cabeça, fez o segundo. No returno do grupo, o Atlético-MG se vingaria e imporia a única derrota do Flamengo antes da fase de mata-mata. Em jogo que os times ficaram empatados pela maior parte do jogo e o Mais Querido brigou até o fim, o Galo venceu por 3 a 1 no Mineirão.

Contra o Internacional, o Flamengo empatou por 1 a 1 no Maracanã. Se parece um resultado ruim para um jogo em casa, no Beira-Rio o Mais Querido compensou. Numa troca de passes típica dos craques que estavam em campo, Adílio achou Zico por trás da defesa. O Camisa 10 disputou com o goleiro e abriu o placar de cabeça. Mauro empatou para o Inter e Geraldão virou. E, mais uma vez, o Flamengo enfrentava um placar adverso. O Beira-Rio tremia com a torcida Colorada. Lico, Adílio e Zico fizeram uma linha de passe no meio da defesa Colorada e o Reinaldo Potiguar chutou forte para empatar. Em seguida, Vitor dominou passe de Tita com a perna direita, bateu com a perna esquerda e selou mais uma vitória de virada do Flamengo naquele Brasileirão.




Gols de Zico e Tita no Maracanã garantiram uma vitória por 2 a 0 para o Rubro-Negro sobre o Corinthians. A vitória deixou o Flamengo na segunda colocação do grupo e levou o timaço à fase de mata-mata.

Nas oitavas de final, confronto rubro-negro. O Sport tomou 2 a 0 no Maracanã, mas, no jogo de volta, na Ilha do Retiro, fez um grande jogo e quase passou de fase. Mesmo perdendo por 2 a 1, o Flamengo passou às quartas. O adversário das quartas foi o Santos. No Maracanã, Gilberto abriu o placar para o Alvinegro praiano. O Flamengo lutou e, no segundo tempo, Tita empatou e, aos 44 minutos, Marinho virou. Na Vila Belmiro, o Santos novamente abriu o placar cedo. Com três minutos, Paulinho Batistote fez 1 a 0. O placar dava a vaga ao Santos, mas lá estava Zico, aos 38 minutos da etapa final, para empatar e botar o Flamengo na semifinal.

Àquela altura, o Mais Querido estava embalado e confiante. Foram vitórias convincentes e repletas de garra e o título estava cada vez mais perto.

O fortíssimo Guarani, liderado pelo matador Careca, era o adversário das semis. No Maracanã, Zico e Peu botaram o Flamengo à frente e em vantagem pela vaga na decisão. No fim do jogo, Lúcio descontou para o Bugre. A partida seria decidida no Brinco de Ouro e os dois times estavam muito vivos.
O estádio teve recorde de público: mais de 52 mil presentes. E quem foi ao estádio em Campinas, naquele dia 15 de abril, assistiu a uma das maiores exibições de um dos maiores jogadores da história. Não há outra forma de dizer isso: Zico simplesmente acabou com o jogo.

Em um cenário parecido ao da semifinal, o adversário abriu o placar com três minutos de jogo. Jorge Mendonça, em belo voleio, aproveitou bola alçada na área e fez 1 a 0. O show de Zico começou aos 22. Em jogada de escanteio ensaiada, Júnior recebeu e cruzou. Zico subiu e cabeceou no canto. 1 a 1. O primeiro tempo terminou empatado. A segunda etapa mal havia começado quando Lico deixou a bola com Zico, que, do meio da rua, soltou um tiro de canhão, cheio de efeito, e virou o jogo. Um golaço. Aos 11 minutos, Adílio quase marcou o terceiro. No rebote, a bola chutada bateu no zagueiro do Guarani e o árbitro marcou pênalti. Se havia alguma pressão, o número 10 não sentiu. Zico bateu bem no cantinho. Já no final do jogo, Jorge Mendonça descontou para o Guarani, mas não foi o suficiente. Rubro-Negro finalista.
O adversário foi o Grêmio. Acostumado a enfrentar timaços na trajetória até a decisão, o Flamengo teria como adversários agora nomes como Hugo de León, Paulo Isidoro, Leão e Baltazar. 

O primeiro jogo, no Maracanã, tem, até hoje, a marca de quarto maior público da história do Brasileirão. 138.107 torcedores estavam no Templo do Futebol naquele dia. E parecia que a maioria sairia frustrada quando com 38 minutos do segundo tempo, após um jogo muito disputado, Tonho Gil abriu o placar para o Grêmio. Na única chance do Tricolor Gaúcho na etapa final, Júnior quase tirou a bola em cima da linha, mas ela entrou. Parecia que os visitantes definiriam o campeonato em casa, com vantagem construída no Maracanã. Só parecia.
Com o relógio mostrando 44 minutos de jogo, Júnior arrancou, ganhou na raça e cruzou. Zico matou no alto, já tirando da defesa. Cara a cara com Leão, meteu na lateral da rede: 1 a 1. Nas transmissões da época, é difícil ouvir a voz dos narradores, eclipsadas pela festa que a multidão rubro-negra fez.

Decisão aberta para o segundo jogo, no Olímpico. O campeão sairia de um resultado disputado entre dois grandes protagonistas do futebol brasileiro. Com 75 mil pessoas no estádio, tudo indicava uma atmosfera favorável ao Grêmio. Mas o que se viu foi um 0 a 0 tenso, que forçou a realização de uma terceira partida. 

Quatro dias depois, novamente no Olímpico, os gigantes se alinharam para um último confronto. Dali, saiu o campeão.

O gol do jogo não poderia ter saído senão dos pés do Artilheiro das Decisões. O João Danado, que era malandro, arteiro, gostava de aprontar. E aprontou para cima dos donos da casa. O Flamengo saiu jogando da defesa. Júnior deixou a bola com Adílio, que costurou pelo meio, tabelou com Tita e sofreu falta já na intermediária gremista. O time bateu rápido, trocou passes e a bola chegou a Zico. O gênio acelerou a jogada, partiu para cima e deixou com Nunes. Ele só precisou encostar na bola em um único momento. E esta vez teve a força de milhares de outras. Um chutaço. Seco, rasteiro, bem no canto, entre o goleiro Leão e a trave. Se uma muralha existisse entre a bola e o gol, ela teria sido derrubada.

Nos 80 minutos seguintes, o Grêmio não conseguiu superar o Flamengo. No apito final, fomos bicampeões brasileiros.

NO TOPO DO MUNDO

 

Flamengo no topo do mundo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Na época desconhecidos pelos jogadores do Liverpool, os rubro-negros deram um baile e 3 a 0 como cartão de visita

13 de dezembro de 1981. Estádio Nacional de Tóquio. De um lado, os badalados campeões europeus do Liverpool, um dos mais tradicionais times ingleses. Do outro, ostentando suas vastas cabeleiras e extremamente bem vestidos com o Manto Sagrado, branco, estava a seleção de gênios do Flamengo, campeão da América do Sul. Para os ingleses, que já haviam superado Bayern de Munique e Real Madrid nas semifinal e final da Champions League, bater aqueles cabeludos desconhecidos parecia simples. Mas os pobres ingleses podiam ter inventado o futebol, mas nada sabiam da mística rubro-negra, muito menos do nível dos craques que iriam enfrentar. 

Mais de 62 mil torcedores compareceram para assistir ao 3 a 0 - fora o baile - aplicado pelo Mais Querido sobre o então atual bicampeão inglês. Contando com um inspiradíssimo Zico, e gols de Nunes (2) e Adílio, o Flamengo nem precisou do segundo tempo para fechar a goleada e garantir mais um troféu na Gávea. Ao apito final do juiz, quem não sabia passou a saber: aquele Flamengo era indiscutivelmente o melhor time de futebol do mundo.
O jogo
Logo aos 13 minutos de jogo, Zico lançou Nunes, que viu a saída do goleiro Grobbelaar e, ainda fora da grande área, o encobriu para abrir o placar. O "Artilheiro das Decisões" saiu para comemorar antes mesmo de a bola entrar. O show rubro-negro estava apenas começando. Aos 34 minutos, McDermott derrubou Tita na entrada da área e lá foi o camisa 10 da Gávea cobrar. E o chute não foi colocado, foi uma bomba, que obrigou Grobbelaar a rebater e deixar o rebote à feição para a tentativa de Lico, cortada pelo zagueiro Thompson. Mas ainda assim, o beque inglês não conseguiu impedir o tento do oportunista Adílio, que estufou a rede e colocou o 2 a 0 no placar.

O Liverpool sentiu o golpe. E viu tudo ficando escuro com a tampa do caixão fechando aos 41 minutos do primeiro tempo. Zico, que acabou eleito o melhor jogador da partida, lançou Nunes novamente, que avançou e bateu na saída do goleiro. Antes mesmo do intervalo, o 3 a 0 antecipava qual seria o destino final da taça.
No segundo tempo, os rubro-negros já estavam preparando a festa enquanto os craques faziam a bola passear de pé em pé no gramado do Estádio Nacional de Tóquio, esperando o apito final do juiz. Ao final do jogo, o Brasil parou para comemorar e cantar ao mundo inteiro a alegria de ser rubro-negro.

Curiosidades
Fuso horário
Uma semana antes da decisão, o Flamengo passou uma semana em Los Angeles, Estados Unidos, para melhor se adaptar ao fuso horário japonês.

Disney
No período de adaptação ao fuso-horário, nos Estados Unidos, os jogadores do Flamengo foram liberados para irem até a Disney conhecer os parques e os personagens de desenhos animados.

Lua de mel
O único jogador da delegação do Flamengo a não ficar junto com o time no período de adaptação, nos Estados Unidos, foi Adílio. Como tinha se casado há poucos dias, o camisa 8 curtiu sua lua de mel e, no dia do embarque para o Japão, se encontrou com o restante do elenco no aeroporto de Los Angeles. Ele e Zico foram os únicos que viajaram com as esposas para o Mundial.

Caminho difícil
Diferentemente de hoje em dia, o título era disputado diretamente entre o campeão da América do Sul e da Europa. Para chegar lá, o Liverpool superou o Real Madrid na final e o Bayern de Munique, nas semifinais.

O craque
Zico foi o primeiro brasileiro a levar o prêmio de melhor jogador do Mundial Interclubes. A eleição passou a ser feita em 1980.

Risadas
Apesar de muito disse me disse, os jogadores do Flamengo esclarecem que entenderam, e bem, as risadas dos adversários do Liverpool, tanto na hora em que chegaram ao estádio quanto no momento de entrar em campo. De acordo com eles, os ingleses apenas estranharam a tranquilidade rubro-negra e a corrente feita antes de pisar no gramado. Nada demais, mas o suficiente para entrar no hall dos mitos do futebol.

Convidado especial
O atacante Anselmo, que foi expulso no último jogo da Libertadores ao entrar em campo e dar um soco em Mario Soto, foi ao Japão como convidado mais que especial da delegação rubro-negra. E não foi por nenhum motivo técnico. O cartão vermelho recebido diante do Cobreloa impedia o jogador de estar presente na decisão do Mundial.

Reis do mundo e do batuque
Acostumados a fazerem suas batucadas antes e depois das conquistas, os jogadores do Flamengo saíram do estádio, com as taças do Mundial, cantando o samba da Portela de 1981: "Das maravilhas do mar, fez-se o esplendor de uma noite". Junior comandava o ‘bloco’ com o pandeiro, seguido de Zico com o tamborim e Adílio com o chocalho. 


Ficha técnica

Flamengo 3x0 Liverpool

Data: 13 de Dezembro de 1981
Local: Estádio Nacional - Tóquio - Japão
Público: 62.000 pessoas
Árbitro: Rúbio Vazques - México
Gols: Nunes 13', Adílio 34' e Nunes 41' do 1° tempo.
Flamengo: Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Técnico: Paulo César Carpegiani.
Liverpool: Grobbelaar; Neal, R. Kennedy, Lawnson e Thompson; Hansen, Dalglish e Lee; Johnstone, Souness e McDermott (Johnson). Técnico: Bob Paisley.